Capítulo 62

Um mês se passou desde o Carnaval e bom, tenho pouquíssimas coisas a contar, até porque quando a rotina volta as novidades ficam cada vez mais escassas. Ainda em fevereiro mesmo eu comecei tudo aquilo que eu havia planejara e tenho seguido firme com todos os meus propósitos para esse novo ano: Tô estudando pela manhã, voltei mesmo para a academia de dança e tô focadíssima no stiletto (e cada dia mais apaixonada por isso, vale registrar), além de estar todas as segundas feira lá no Instituto Neymar Jr. dando aula. Não tem como negar o quanto tenho me sentido melhor depois que voltei pra lá! Acho que isso era uma peça que estava faltando na minha vida e tenho estado muito plena com relação a isso. Com a volta dos meus estudos, cada vez mais puxado diga-se de passagem, falo mais com os meus pais pelo celular, mas geralmente quando desço pra Santos pra trampar, acabo dando uma passadinha lá na casa deles. A mesma coisa é com o Nick! Inclusive, preciso contar uma super novidade: Meu loirinho vai fazer a primeira viagem internacional dele. O pai dele tá na Austrália, em função dos campeonatos que está tendo por lá, e a Isabella vai levá-lo para passar uma semana com ele. Não preciso nem contar o quanto esse menino está animado com essa viagem! E até porque vai ver o pai dele surfando sério pela primeira vez e isso comove todo mundo ao nosso redor, a paixão que move ele para perto do pai sempre. Com relação ao Lucas, estamos muito bem, obrigada! Voltamos aquela mesma rotina de nos vermos mais pela semana que é quando ele pode estar aqui em São Paulo e dependendo de onde é, eu até tenho ido em alguns shows com ele no final de semana, mas a minha volta ás aulas é sempre uma época de adaptação e volta ao meu costume de pegar pesado no estudo, então ás vezes acaba sendo complicado. Mas continuamos a entender um os poréns do outro e acho que é por isso que ainda está dando tão certo. Vira e mexe tem coisa lá na agência, eu apareço por lá, faço meu casting e além do dinheiro, consigo colocar em prática mais uma coisa que eu adoro: Fotografar.

Quarta feira, 18 de março de 2015 

Depois de um dia daqueles como segue a minha rotina nos dias de semana, com faculdade, almoço com os amigos da mesma e uma tarde dando uma revisada na matéria, são 19:00 e eu tô saindo do mercado, pós ir a academia de dança. Entrei no carro, com as duas bolsinhas que eu estava na mão, coloquei no banco do carona e fui para o meu apartamento. Lucas disse que iria para lá e como eu sempre deixo uma chave para ele embaixo do tapete em dias que eu sei que ele pode ir lá, provavelmente já estava desfrutando da minha cama para descansar a essa hora. Cheguei no prédio num tempo de vinte minutos, pois embora não seja tão longe, sabe como é São Paulo, né?! O tráfego se conta com os quilômetros mais trânsito, nunca vi igual. Estacionei lá na garagem, peguei as sacolas e pelo elevador, fui para o meu apê. Assim que entrei em casa, já conseguia ouvir o dvd da Anitta tocando lá no meu quarto e muito provavelmente era o Lucas quem estava assistindo, então só coloquei o que tinha comprado lá na cozinha e passei lá pro quarto, encontrando o bonitão sentado na minha cama, meio vendo o dvd, meio mexendo no celular.
Helô: Era bem fácil saber que tu tava aqui né?! Da porta eu já ouvia isso aí - ele deu um sorriso
Lucas: Tava aí por cima, aí eu parei pra ver, nunca tinha assistido inteiro
Helô: Tá aí desde ontem a noite, porque eu arrumei meu armário e não dá pra fazer isso no silêncio né?!
Lucas: Pô, é maneirinho o show... gostei!
Helô: Tudo bem que eu sei as coisas dela por causa lá das coreografias da academia né, mas até eu que não gosto muito de funk, acho foda esse dvd!
Lucas: Maior produção.. - ele pausou quando eu parei lá na frente dele - Cê demorou hein, falando em academia
Helô: É que eu ainda passei no mercado antes de vir, tava sem suco aqui e eu não posso viver sem isso, né?!
Lucas: Pera, cê passou assim? - disse fazendo referência a roupa que eu estava
Helô: Aham - ia dá um selinho nele e ele virou o rosto - Para de ser idiota! - segurei o queixo dele e roubei um mesmo assim
Lucas: Se eu tivesse com cê, ia cair na porrada com cada cara que te cantasse, que com certeza foi muito
Helô: Mano, quem te ouve falando até pensa que tu num é frouxo 
Lucas: Rapaizzzzzzzzzzzz, cê brinca - ele falou rindo e eu embalei - Vem deitar aqui comigo, doidinha!
Helô: Tô toda suada, vou tomar um banhozinho e já vou... Aliás, tô com fome também, se eu tivesse um bom namorado, ele podia pedir um japa pra gente, né?!
Lucas: Que que cê quer que peça?
Helô: Amo quando minhas indiretas te atingem
Lucas: Diretas quase como um tiro na minha testa, cê quer dizer, né?! - rimos 
Helô: Pode pedir o memo de sempre - falei passando lá pro banheiro. Entrei no mesmo indo direto pro box, depois de me despir, onde me banhei tranquilamente pra tirar o suor do corpo e saí em seguida, vestindo somente minhas peças intimas que estavam lá no banheiro. Como só estávamos eu e o Lucas, nem me importei em me enrolar na toalha e saí assim mesmo. Ele ainda tava lá na cama e quando meu viu, ficou só me acompanhando com os olhos, me fazendo prender o riso com aquela situação.
Lucas: Cê sai assim só de sacanagem, né?! - falou me fazendo rir, enquanto eu virava lá no meu armário para pegar uma blusinha solta e um short de malha
Helô: Ah ou! Só tá eu e você aqui, ué
Lucas: Esse é o perigo - ri, vestindo a minha blusa - Aí, cê tá com maior bundão hein?!
Helô: Quando tu me pegou eu era desbundada?
Lucas: Esse é um mal que cê nunca teve - ele riu - Mas agora tá mais... cê pega músculo fácil, isso é um fato. Só de tá fazendo alguma atividade física já dá diferença!
Helô: Mas pior que isso eu tô sentindo mesmo... - terminei de vestir minha roupa e fui lá pra cama, me sentando entre as pernas dele.
Lucas: Se cê fosse pra academia, malhasse sério, não ia dá pra tomar muito suplemento, se não ia ficar muito monstrinha 
Helô: Já pensou eu competindo contigo? Nas coxas eu ia ganhar fácil, tu sabe
Lucas: Cê tá falando que minhas pernas são finas é? - ele falou apertando um pouco a minha cintura
Helô: Sem golpe baixo - rimos - Tu pediu os negócios lá no japa?
Lucas: Uhum, eles falaram que de vinte minutos a meia hora tavam entregando aqui
Helô: Ai, tô cheia de fome e ainda tenho um negócio pra fazer da faculdade
Lucas: Cê tá de sacanagem, é?
Helô: Tô não, isso é outra é coisa
Lucas: Me ensina, então? Num sei o que é!
Helô: Globo tá te perdendo hein - bati na perna dele, que estava rindo - Vou até levantar pra fazer isso logo que é só uma composição, dá pra fazer rápido enquanto eu espero
Lucas: Bom que cê memo vai lá na porta pegar o japonês pra gente quando chegar - eu levantei pra ir onde tava a minha bolsa que eu tinha levado pra faculdade - Não, não vai não - ele falou assim, meio aleatório
Helô: Que, garoto?
Lucas: Pode deixar que eu vou na porta pegar quando chegar, esse teu short aí parece uma calcinha, metade da bunda tá de fora
Helô: Ah ou! Tu é muito louco mesmo... - peguei a folha lá que eu tinha trazido com a matéria e o único módulo que eu não tinha feito era o último - Aí, vamo aproveitar dessa tua loucura pra vê se tu é inteligente e me ajuda aqui num lance de Indústria Têxtil
Lucas: Que que isso, Helô?
Helô: Uma das minhas matérias da faculdade... - falei sentando de frente para ele, colocando o papel na cama sobre um apoio e com a caneta na mão
Lucas: Ah, num tem como eu saber disso, nunca fiz esses trens aí
Helô: Ó, além de só ter uma coisinha pra fazer, essa matéria é química pura, logo, uma das minhas preferidas!
Lucas: Cê tá louca de gostar de química... Na escola num gostava nem de religião - gargalhei da cara que ele fez
Helô: Já vi como tu era um aluno exemplar né?!
Lucas: Minha mãe nem enlouquecia - rimos
Helô: Mas isso aqui é muito bom, só trabalhar com unidade de medida e o fazer uma regrinha de três, acabou! Só não terminei lá na aula porque demorei pra começar, tava fazendo um outro negócio do projeto
Lucas: Muito amor pelo que cê faz memo, sô! - ele pausou, meio pensativo - Mas pera aí, eu sei o que é unidade de medida... É aquelas coisas de metro, centímetro e tal, né?! Num tô tão burro assim - rimos
Helô: Tá não, é isso mesmo. Só que nesse caso específico aqui, como trabalha com composição dos produtos, da formação das cores e das tinturas de tecido, tem que usar como medida um lance chamado mol
Lucas: Que porra é essa? - fiquei rindo da cara dele - Aí num dá, cê me quebra, Helô!
Helô: Ó, vou fazer aqui, fica olhando e não me perturba pra eu não me perder nas contas, porque matemática num é meu forte
Lucas: Cê sabe química e quer falar de matemática? Tá que eu num sei nenhum dos dois, mas deve ser mais fácil com certeza, matemática eu ainda me viro
Helô: Sai dessa, se tudo fosse química, tava tranquilinho
Lucas: Ai esse papo tá muito nerd, doidinha, dá pra mim não - ri e puxei lá o papel pra ler o que tava pedindo. Tipo, em cinco minutos eu consegui fazer lá, mostrei pra ele que com certeza não entendeu merda nenhuma e quando tinha levantado pra colocar o papel de volta na minha bolsa, o interfone lá do apê tocou.
Helô: Óh, deve ser a entrega
Lucas: Vou lá autorizar e pegar, pode ficando aí
Helô: Tá bom, vou te dá essa moral pra você achar que me manda - ele passou por mim, meio empurrando meus ombros, o que me fez rir e foi lá pra fazer tudo o que tinha. 
Fiquei procurando um negócio pra eu prender meu cabelo e quando achei passei pra cozinha, enquanto o Lucas foi abrir a porta pra pegar o nosso jantar. Ele, pelo menos fez o que eu pedi, e pagou com o meu dinheiro que tava lá em cima do rack, depois passando pra cozinha de novo e dispondo aquilo sobre a bancada. Sentamos lá para fazer nossa refeição e como sempre eu devo ter comido o dobro ou quem sabe o triplo dele, que praticamente só beliscava essas coisas assim. Quando terminamos de jantar, eu lavei as louças que havíamos sujado e ele me ajudou, as secando e colocando nos respectivos lugares. Feito tudo isso, a gente desligou a luz da cozinha e voltamos pro quarto, de onde voltamos a televisão para a entrada da sky e começamos a procurar alguma coisa boa na televisão para ver. Acabamos achando o filme 12 anos de escravidão e apesar do enredo ser pura história, era algo super envolvente, prendeu realmente nossa atenção. O fato de haver realidade naquilo que era narrado também deixava o filme ser bem reflexivo e gerou ainda entre nós um papinho quando o mesmo acabou. Como era o previsto, o Lucas acabou dormindo lá em casa comigo e incrivelmente, por volta das 23:00 nós já estávamos dormindo. Mas, pra fugir um pouco do costumeiro, quando foi lá pelas tantas da madrugada, o Lucas estava se mexendo muito na cama e aquilo acabou por me acordar, me fazendo já olhá-lo preocupada e me deparar com ele de olhos rasos, ainda com o rosto molhado e acordado.
Helô: Nossa, Lucas - falei passando a mão no rosto e logo sentando na cama - Que que aconteceu? Você tá passando mal?
Lucas: Não, doidinha, tá tudo bem. Vem cá, deita aqui, pode voltar a dormir... - ele tentou me puxar de volta para os seus braços, mas eu acabei me mantendo sentada
Helô: Tá louco que eu vou dormir contigo assim? Que que tá acontecendo, seu rosto chega tá molhado - passei minha mão lá, limpando um pouco.
Lucas: Acordei chorando de verdade, né... - ele me ajudou a fazer isso - Sonhei com a Karla, nossa... - ele nem terminou a frase e eu já podia entender porque. Pela saudade imensa e descrença de que, embora o tempo estivesse passando, tinha de fato acontecido.
Helô: Ah Lu, para, fica assim não - falei tentando não entristecer muito o meu rosto - Foi um sonho bom?
Lucas: Foi.... foi tão real! Parece que ela tava aqui ainda, que a qualquer momento ela pode aparecer de novo em algum show meu.
Helô: Se foi bom, se foi assim é porque ela com certeza está em um bom lugar. E olhando por você, pode acalmar seu coração! - coloquei minha mão no peitoral dele, bem do lado esquerdo.
Lucas: Eu sei que tá, mas eu sinto tanta falta dela, Helô! Até mais do que eu pensei.
Helô: Eu também sei disso! Mas o mais importante é que vocês tão sempre juntos, independente do lugar que um ou o outro está. - ele respirou fundo soando quase como um suspiro
Lucas: Doidinha?
Helô: Fala...
Lucas: Reza comigo igual cê fez no dia que ela...
Helô: ... Shi - passei o dedo nos lábios dele já sabendo do que ele ia falar. Ou melhor, relembrar - Eu rezo, mas a gente não precisa lembrar desse dia. - peguei a mão dele e deixamos as nossas unidas sobre o abdomen dele. Rezamos um Pai Nosso todos juntos, em voz "alta", e na parte de Livra-nos de todo o mal, amém! ele apertou mais forte a minha mão, me passando uma mensagem que fazia bem parte do nosso jeito de mostrar o quanto éramos importantes um pro outro: através do silêncio, das atitudes - Agora volta a dormir pra ela, como a anjinha que com certeza ela tá sendo, possa voltar a zelar o teu sono em paz. 
Ele não respondeu mais nada, só ficou bem abraçado comigo, enquanto eu fiquei fazendo carinho na barba dele até que eu adormecesse. Não sei se ele dormiu primeiro que eu, mas tenho certeza de que conseguiu tirar um sono mais tranquilo. 
Quando foi 07:00, não acreditei naquilo que estava ouvindo: meu alarme já me avisando que estava na hora de ir para faculdade. Me movi rápido para poder desligar e não acordar o Lucas, mas a minha vontade mesmo era fazer isso e voltar a dormir como se não houvesse nada para fazer. Só que eu não podia mesmo! Então, levantei cuidadosamente lá da cama, sentindo um pesar terrível na cabeça, e fui para o banheiro direto, onde fiz minhas necessidades matinais e tomei meu banho. Depois de feito isso, vesti meu look, coloquei alguns acessórios, separei meu óculos de Sol, calcei um chinelo, porque tava com minha unha do pé muito lindinha para colocar sapatilha, e peguei logo minha bolsa para não precisar voltar ao quarto e acabar por fazer algum barulho. Fui para a cozinha com a minha cabeça ainda doendo e aquilo que eu pensava ser simplesmente por ter pouco dormido, parecia que ia ser a minha companhia durante todo o dia. Coloquei um pouco de iogurte num copo, só para não ficar de estômago vazio, e fui procurar um remédio de dor de cabeça para eu tomar, pra ver se conseguia amenizar tudo aquilo. Depois de beber minha água e colocar o copo lá na pia, me virei vendo o Lucas parado na passagem da sala para a cozinha, sem camisa, com o cabelo bagunçado e os olhinhos chegando a estar pequeno de sono.
Lucas: Bom dia! - a voz dele saía rouca toda vida 
Helô: Bom dia o quê, seu louco, volta a dormir, sério.
Lucas: Vou voltar, levantei pra ir no banheiro e acabei ouvindo um barulho sabendo que cê ainda tava por aqui... Tá passando mal, é? - ele aproveitou que eu me aproximei dele e me deu um selinho
Helô: Tô com muita dor de cabeça, mas daqui a pouco passa, relaxa
Lucas: Também, né?! Cê quase não dormiu, ficou lá me dando atenção...
Helô: Eu não ia conseguir dormir contigo daquele jeito, então, relaxa, não tem nada a ver
Lucas: Claro que tem! Desculpa tá, doidinha?
Helô: Ah ou, para de graça! Pega nada não, tomei remédio e daqui a pouquinho passa.
Lucas: Eu espero... qualquer coisa cê me liga?
Helô: Eu já sei que não vai precisar... - falei olhando no relógio e descobrindo que já eram 07:50 - Mano, preciso ir... Tu vai pro Guarujá mais tarde?
Lucas: Vou, tenho umas fotos para fazer lá duas horas da tarde. Depois volto pra São Paulo, mas vou ficar lá no apart, cê vai sair com a Isa, né?!
Helô: Uhum, a gente vai no shopping de tardinha pra comprar uns negócios... Mas quando eu chegar em casa te ligo, tá?
Lucas: Tudo bem! Quando eu sair deixo a chave ali embaixo ou lá com o porteiro memo?
Helô: Melhor deixar lá com o porteiro - me aproximei e dei um beijinho nele - Óh, tô indo tá? Volta a dormir e descansa, por favor.
Lucas: Tá bom, boa aula e se cuida hein, Helô!
Assenti passando lá pra sala só para pegar minha bolsa e a chave do meu carro, saindo do apê, ainda mandando um beijinho para ele, e seguindo para a garagem. Entrei no carro e parti logo para a faculdade, pegando aquele trânsitozinho péssimo que, em uma das vezes parada, me fez até conseguir postar uma foto que eu tinha tirado de manhã.
@heloapollonio Bom dia pra quem me acha diva, tenho um segredinho pra vocês: curso Moda e vou pra faculdade de chinelo, porque não tenho paciência. #vãomeolharmasnãotônemaí #chinelomelhorpeçadomundo #pensandoemfazerumlaboratóriodechinelo #finjoquetôanimadamasosóculosnãoescondem #naverdadescondemsóminhasolheiras   

❤️ 15043 curtiram

pollianarodrigues o que eu tenho ataque é ser obrigada a olhar pra essa tua beleza até ás oito da manhã! 

porvocehelo Boa aula, princesa! Se cuida e estuda, hein?! Hahaha ️ 

abestadadolucco linda de todos os jeitos! Bom dia!  

brunalucco você é maravilhosa   boa aula, meu amor! 

raysantana o resto do look compensa tudo! 

direcaolucco diversão é contigo mesmo, até de manhã cedo hahaha amoooo!!

brunaaleixo hahahahahaha vivo suas legendas, meu Deus do Céu  

torcidahelucas BOM DIA PRA QUEM ME ACHA DIVA hahaha  você não existe!! Bom dia, amor  

rodriguesisa estilo é pra quem tem! Até assim é linda!

chulepdolucas você é muito das minhas haha adoro um chinelo PRA TUDO 

maarinovaes toda linda, fala sério! 

caroololiveira AMEI hahaha lindaaaaaa  

Nem pude ficar olhando os comentários por razões óbvias e daquele jeitinho lento, cheguei na faculdade. A beira das 08:20, atrasada, mas cheguei. A primeira parte da manhã seria com aula do Marcelo, pelo menos, o melhor professor que eu tenho na faculdade, juro! Todo esse clima e com o efeito do remédio, me sentia bem melhor, mas quando a manhã estava prestes a terminar, lá pelas 11:30, ela havia voltado com toda força. Tava realmente naquele ponto de doer em cima dos olhos, entende? Consegui aguentar ainda até a hora das aulas terminarem, mas quando se deu fim lá, pedi só pro Luiz, um amigo meu lá da sala, comprar uma água para mim pra eu tomar, vê se dava uma amansada, pelo menos para eu ir dirigindo pra casa mais tranquila. Tomei aquele líquido de forma calma, agradeci lá, me despedi dos meus amigos e fui pro carro implorando logo para conseguir chegar em casa. Graças a Deus, peguei bem menos trânsito pra voltar e coloquei meu carro lá na garagem, subindo louca para encontrar o meu sofá. E foi isso que eu fiz: Entrei em casa me jogando logo lá direto. Fiquei umas meia hora com o meu olho fechado, na tentativa daquilo amenizar, e quando consegui, peguei meu celular pra ligar pra Isabella. Ela me atendeu bem rápido, o que me adiantou bastante.

Isabella: Alô?

Helô: Oi, Isa! Onde você tá?

Isabella: Tô no carro já, em Sampa. Daqui a uns quinze minutinhos tô aí, tá pronta já?

Helô: Na verdade, tô com a roupa da facul ainda... Cara, tô morrendo de dor de cabeça, passa aqui em casa antes da gente sair, por favor

Isabella: Mentira, Helô? Claro que eu passo, pô! Daqui a pouco eu tô aí, se cuida direitinho hein

Helô: Não, pode deixar! Te espero então e não precisa correr, relaxa.

Isabella: Beleza... Fica com Deus! Beijo

Helô: Beijo

Desliguei o celular sem ver nem mais nada direito e bloqueei, jogando ele para o meu lado pra poder continuar com os meus olhos fechados, pois só isso já me dava uma boa sensação de melhora. Não calculei, mas acredito que a Isabella tenha demorado bem o pouco tempo que ela disse, pois não fiquei muito tempo naquela posição até ouvir a campainha do meu apê tocar, me dando a certeza que já era ela. Levantei, espremendo os olhos pois nessas horas de movimento eram as que doiam mais, e fui até a porta abrir pra ela.

Isabella: Nossa, amiga, tá com a cara péssima mesmo, hein? - ela falou me dando um abraço e passando lá pra dentro de casa, enquanto eu encostava a porta - Tá com tanta dor assim?

Helô: Amo que tu entra na minha casa já mandando essa, né?! - falei indo sentar de novo no sofá, fazendo ela rir - Tá doendo pra caralho, desde a hora que eu acordei. Tipo, tomo remédio, passa um pouquinho e depois volta com toda força

Isabella: Tá doendo desde a hora que você acordou uma merda! Você tá sentindo essas dores doidas tem é tempo... Todo dia é uma coisa, ou é dor de cabeça, ou é dor nas costas, ou é dor na barriga. Tem que ver isso aí, Helô!

Helô: Ah, as outras acho que são dores musculares, pô! E dor de cabeça tem sempre dias que a gente acorda assim, não preciso me preocupar tanto

Isabella: Mas é muita coisa acumulada, cara. E se fossem só dores musculares já tinham passado, com certeza! Isso tá estranho

Helô: Para de colocar coisa na minha cabeça, vou tomar um remédio de novo...

Isabella: Não, meu, vamos dá uma passadinha na emergência? Não custa nada, lá a gente vai ter uma noção do que pode ser

Helô: Não precisa de tanto, Isa... 

Isabella: Cara, a gente só tem o shopping pra ir, vamos passar lá rapidinho, dois tempos a gente é atendida

Helô: Até parece, né?! Hospital é sempre uma demora sem fim

Isabella: Mas tem horas que não tem como fugir. A gente passa lá e depois vamos no shopping, pode ser?

Helô: Ai cara... - fiquei ainda um pouco pensativa - Tá bom! - levantei passando a mão na minha cabeça - Vou só trocar de roupa

Isabella: Para com isso, tu tá arrumada. Melhor a gente ir ver isso logo! Vem!

Helô: Só vou porque tá doendo real - falei pegando a minha bolsa, porque minha carteira tava lá dentro

Isabella: E porque você sabe que isso não é normal, bora

Assenti com aquilo e depois de pegar minha chave de casa também, a gente desceu pelo elevador entrando em um consenso que íriamos no carro dela. Fomos até o hospital particular mais próximo ali do meu prédio, local até onde eu sempre recorria quando estava bem doente mesmo, e a Isabella estacionou ali bem nas proximidades, fazendo com que logo em seguidas adentrassemos a instituição.

Fiz minha ficha lá com as secretárias e fiquei lá esperando na emergência porque eu, realmente, estava me sentindo mal. Nunca fui de ir a médico e essas coisas, sempre consegui resolver meus problemas de casa, mas num ponto a Isabella estava certo: estava demais. Já tem umas semanas que essa dor abdominal vem me incomodando e as da costas nem se fala. Agora ainda resolveu me aparecer uma dor de cabeça, porque tão achando que tá pouco realmente! Mas enfim, fiquei lá esperando com ela um pouquinho, tentando se distrair dentre um assunto e outro até que a secretária me chamou, eu e a Isabella levantamos e seguimos no corredor lá até a sala que ela havia indicado.

Helô: Licença... - falei adentrando a sala do clínico geral e sentando numa das cadeiras, deixando a outra pra Isabella.
Dr. Marcelo: Bom dia, meninas! Bom, eu me chamo Dr. Marcelo e pela carinha acho que o problema tá com você né?! - ele falou se virando pra mim
Helô: Pois é, doutor!
Dr. Marcelo: Então, me conte o que você tem.. - ele falou pegando uma receita em branco e começando a prestar atenção no que eu ia falar.
Helô: Durante o Carnaval, eu já comecei a ter dor abdominal, tipo cólica mesmo, mas tava na época da minha menstruação vir e é muito comum isso acontecer comigo, aí passou. Sendo que depois, essas dores abdominais e na coluna também foram ficando bem constante, sabe? Eu pensei no começo que podia ser por que eu tinha voltado a minha rotina e ainda tava trabalhando com dança e tudo mais, coisa mesmo de dor muscular, sendo que isso já tem, sei lá, tem quase um mês e não passa. Na verdade, só aumenta e ocasiona outras coisas, tipo a dor de cabeça que eu estou agora.
Dr. Marcelo: Tem sentido tontura e essas dores abdominais tem se tornado enjoo?
Helô: Não, nenhum dos dois. As dores abdominais são dores mesmo! - ele tava anotando tudo
Dr. Marcelo: Você chegou a menstruar no Carnaval?
Helô: Doutor, ela não veio, mas eu tive um dia que aconteceu um sangramento, que eu pensei que seria o começo dela, mas no dia seguinte não tinha nada. Então, digamos que a última vez foi em janeiro, sendo que a minha menstruação é desregulada assim mesmo.
Dr. Marcelo: Tudo bem! - ele terminou de preencher uns negócios lá - De qualquer jeito, eu vou passar pra você fazer dois exames de sangue, porque são pra avaliações diferentes e como acho válido você passar pela avaliação da ginecologista, o resultado dos seus exames vai direto pra lá, tudo bem? 
Helô: Tranquilo! Os papéis você envia lá ou eu levo?
Dr. Marcelo: Não, vamos lá na sala de exame que eu vou com vocês levar isso
Assentimos e ele levantou lá com a gente pra passar lá pra sala de exames que era no final do corredor. Tava até mais cheio, sendo que ele levou lá pras secretárias e veio falar comigo.
Dr. Marcelo: Daqui a pouco você será chamada e depois da realização dos exames, vai ser encaminhada pra Dra. Janaína, que é a ginecologista daqui do hospital, tudo bem?
Helô: Tudo bem, brigadão aí doutor Marcelo! - a gente deu as mãos lá, ele estendeu a mão pra cumprimentar a Isabella e depois nós sentamos lá nas cadeirinhas pra ficar esperando - Ai, amo ser furada, ainda não satisfeita vou ser duas vezes.
Isabella: Ele deve ter passado hemograma completo, né?!
Helô: Com certeza, pra isso tudo né?! Mas já estou até vendo, vou na ginecologista pra vê esse negócio da menstruação, ela vai acabar me fazendo tomar anticoncepcional, como a minha já falou umas dez mil vezes e sobre o exame vai dá que eu tô com virose 
Isabella: Tu é tão ridícula - ela riu 
Helô: Mas todo médico diz que tu tá com virose, já viu isso, né?
Isabella: É a vida né... Mas deixa eu te falar do remédio, por que tu num toma ainda? Sua menstruação sempre foi assim
Helô: Ah cara, eu fico muito inchada e se eu começar a tomar, não vou parar sério, não vou querer menstruar mais, aí que vai me fuder
Isabella: Pouco louca - rimos
Ficamos conversando lá até me chamarem pra fazer exame. A Isabella ficou me esperando lá fora e eu tive que fazer os dois exames em braços diferentes pra ser mais prático e tal. Não tenho problemas com exames de sangue, mas foi bem ridiculo sair com os dois braços dobrados pra poder esperar um pouquinho lá né?! A Isabella ainda ficou me zoando, mas logo nós passamos para a sala de espera de novo, a primeira nós estávamos, para poder ver a hora que a ginecologista lá ia me chamar. Graças a Deus ela parecia não tá com a agenda muito cheia e só esperamos uns dez minutos para poder ser chamada. De novo, a Isabella entrou comigo e a doutora já nos recepcionou muito sorridente.
Dra. Janaína: Bom dia, meninas! - nós nos sentamos lá - Heloíza Apollônio, quem é? - ela disse lendo lá nos meus exames
Helô: Eu!
Dra. Janaína: Bom, minha flor, eu poderia até dá uma olhadinha aqui primeiro no hemograma completo, mas pela ficha que o doutor Marcelo me mandou, tô abrindo primeiro o beta hcg, porque ele dando negativo a gente vê o que tem de errado no seu sangue e vamos conversar sobre essa desregulação na sua menstruação que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, isso não é normal.
Isabella: Mas espera aí doutora, esse exame é pra teste de gravidez, não é?
Helô: Quê? - eu olhei espantada. Como assim fui submetida a um teste de gravidez sem nem imaginar?
Isabella: É sim, eu lembro que fiz pra confirmar se eu tava grávida mesmo na época do Nick.
Dra. Janaína: Mas você tá certa, é isso mesmo. O doutor passou pelo o que você disse, mas não necessariamente implica no fato de você estar grávida, pode ser alguma outra coisa.
Helô: Mas esse que a senhora vai abrir é só de gravidez? Ou ele pode indicar alguma coisa? - falei nervosa mesmo. Embora eu achasse chance zero daquilo dar positivo, só a palavra me causava arrepios.
Dra. Janaína: Não, o resultado dele é positivo ou negativo para a existência do feto. O beta hcg é um hormônio que só existe no sangue da mulher, por isso esse ser o meio para identificar ou não uma gravidez, e indica quando o óvulo é fecundado e se prende na parede do útero da mulher. Seu exame dando positivo, é praticamente certo que você está grávida, aí é realizado a ultrassonografia pra lançar a certeza. - não consegui falar mais nada e a vi abrindo lá o exame. Minhas mãos estavam suando real e ela lia tudo lá atentamente, embora o resultado deveria ser destacado e fácil de se ver. Toda aquela demora me fazia só pensar em coisas que eu não deveria e... - É, acho que não preciso ver mais nada... Temos uma nova mamãe por aqui! - ela falou sorridente e eu senti a Isabella lançar um olhar pra mim.
Eu não conseguia fazer nada, estava intacta, mas sentia meus olhos marejarem. As lágrimas começaram a sair dos meus olhos sem eu controlar e eu sentia meus músculos tremerem. Isso não podia estar acontecendo! Não podia! Como assim eu estava grávida? Eu só sabia cuidar de mim, como ia olhar por alguém que ia depender da minha vida o tempo todo? Não... aquilo só podia estar errado. 
Isabella: Amiga, calma... - ela passou a mão na minha perna sentindo o quanto eu estava tremendo e nervosa. E provavelmente se desesperou por ver meu choro, sabia que eu não ficaria assim se não tivesse ficado tão abatida com aquela notícia.
Helô: Calma, Isabella? Não tem como! Caralho, eu sou uma idiota! Como eu deixei isso acontecer, como? Não era hora, era pra ser diferente... Que que eu fiz da minha vida, mano - passei a mão no rosto e apoiei meu braço na mesa chorando copiosamente. Eu não sou dessas, mas não tava conseguindo controlar. Tava me sentindo a pessoa mais estúpida do mundo.
Dra. Janaína: Espera, minha flor, eu vou pegar uma água pra você... - ela levantou lá, vendo meu estado e pacientemente foi pegar água pra mim. A Isabella se calou por provavelmente não saber o que falar. Ela veio até nós, abaixou um pouquinho me entregando o copo e me vendo beber com o copo trêmulo a ponto de fazer o líquido lá dentro balançar - Olha Heloíza, eu sei que essa história de filho ser uma benção você vai ouvir muito, mas acredita em mim. Já tive muitas experiências ao contar essa notícia para inúmeras mulheres que passaram por aqui e eu sei que todas elas que tiveram reações negativas, se arrependeram depois por pensar em algum milésimo de segundo em não ter o filho. Uma gravidez não desejada pode causar esse espanto, sua reação é completamente normal, mas tenta se acalmar e pensar que você é geradora de uma vida. Isso é mágico, pode acreditar de verdade! E agora você tem que se reorganizar e encarar a verdade, não tem jeito. Tem pessoas a dar essa notícia, tem aquela fase de aceitação e principalmente tem que começar o pré natal que é a coisa mais importante de toda essa trajetória, cuidar desse bebê! - ela passou a mão sobre a minha - E você ainda tem que fazer a ultra, mas eu acho melhor você ir pra casa hoje, descansar, assimilar tudo isso e depois realizar isso de forma que esteja mais aberta a essa novidade.
Helô: Com certeza, porque agora eu só quero sair daqui - falei passando a mão no meu rosto e me levantando, junto a própria doutora e seguida da Isabella - Mas obrigada pela atenção e pela paciência, doutora!
Dra. Janaína: Não precisa agradecer! Vão com Deus, tá? - a Isabella se despediu, agradecendo a ela também por tudo e eu saí tentando engolir cada lágrima que queria sair naquele momento. Graças a Deus a gente tava no carro da Isabella, então entrei no banco do carona depois que ela destravou e me apoiei lá pronta pra cair no choro de novo.
Isabella: Heloíza, para com isso, olha pra mim - ela puxou o meu rosto
Helô: Eu tô chorando de raiva, de ódio da minha estupidez. O que eu fiz da minha vida, Isabella? Eu acabei de levar ela todinha pro ralo, você tem noção disso?
Isabella: Eu não tô acreditando que justo você tá fazendo uma pergunta dessa justo pra mim né?! Ou você não se lembra que eu estive nessa mesma situação só que com quatorze anos? - ela deu ênfase na idade - Heloíza, eu passei por isso numa época totalmente diferente, entende? Eu não tinha ninguém além da minha mãe e sua família. Nem meu pai e nem o pai do meu filho que por sinal não era meu namorado queria que isso tivesse acontecendo. Aliás, você sabe, por um momento nem eu. Foi difícil de aceitar também, mas eu lembrei de tudo aquilo que a minha mãe falava sobre o sentimento que um filho pode trazer. O Nick se tornou a coisa mais importante da minha vida antes mesmo dele nascer, antes mesmo de eu saber direito quem ou como ele era. Eu só sabia que ele era meu filho e que eu ia amá-lo incondicionalmente. O resto era resto e foi resto! Mandei meu pai pro inferno, o Fred pro mesmo lugar, movi mundos e fundos porque eu só queria o meu bebê comigo, de qualquer jeito. Eu briguei com o mundo, porque eu sabia que não seria capaz de ir contra o meu sentimento de mãe. Embora criança ainda, eu assumo, esse sentimento é avassalador, é um presente que ainda quando vem cedo ou sem avisar, se torna bem vindo. Você vai entender do que eu tô falando, ainda mais que está numa situação muito diferente da que a gente viveu há quatro anos e poucos atrás. Você tem uma família que vai adorar essa notícia, um namorado que sonha em ser pai, a família dele sempre quis isso também... realmente não foi planejado e muita coisa vai mudar, vai ser surpreendente, mas vai ser lindo, cara.
Helô: Não vai não, não tem como ser. A diferença de mim pra você pode ser positiva por um lado, mas a parte negativa é muito maior. Você nasceu pra ser mãe, mano! Você é carinhosa, é cuidadosa, é protetora, sabe olhar pelo Nick como ninguém no mundo. Eu não! Eu não nasci pra isso, eu não sou esse tipo de mulher que sonha ter uma casa cheia de filho porque eu mal sei responder por mim! E mesmo que soubesse e tivesse esse sonho eu não queria isso agora, eu tenho vinte anos, eu tenho uma carreira, eu tenho uma faculdade e o Lucas também. Eu não quero e eu não posso ter filho agora! 
Isabella: O que você tem que entender é que você não tem mais escolha, Helô... Um fruto seu e do Lucas tá aí. Você vai ter que aprender a conviver com isso e se deliciar porque sim, é maravilhoso ter um alguém pra amar tanto. E tem mais, se você quiser, consegue conciliar tudo, é só parar de colocar tantas barreiras na frente. Vê como você é carinhosa com o Nick, como ele tem uma puta de uma admiração por essa dinda dele... Uma criança muda tudo! Você pode não perceber, mas a sua relação com  Nick é quase de mãe e filho e quem vê de fora percebe o quanto ele te deixa outra. Por que justo com um filho seu, que vai sair daí do seu ventre, vai ser diferente? Não tem razão, é só você colocar a cabeça um pouquinho pra funcionar.
Helô: Minha cabeça tá funcionando muito e pensando como eu deixei isso acontecer ainda, eu sou idiota, Isabella, uma tremenda de uma babaca, eu não posso tá grávida, eu não posso ter esse filho.
Isabella: Para de repetir isso porque ele tá aí! E as pessoas vão acabar sabendo, você precisa contar aos seus pais, ao Lucas...
Helô: Para! Ninguém vai saber agora...
Isabella: Como não, você tá louca? Do jeito que você tá, você precisa ouvir das pessoas como as coisas vão se acertar pra compreender esse propósito colocado na sua barriga e na sua vida
Helô: Cara, eu não quero e não vou contar. Eu preciso que você guarde esse segredo pra mim!
Isabella: Quem sou eu para me meter? Nunca contei nada seu e não vai ser isso agora... A unica coisa que eu não quero é você fazendo besteira e se aproveitando desse segredo
Helô: Tá falando em aborto, Isabella? Apesar de detestar essa ideia de estar grávida, eu não consigo pensar em tamanha crueldade. Eu só não quero que ninguém saiba, muito menos o Lucas.
Isabella: Mas ele é o pai...
Helô: Mas eu não quero! 
Isabella: Tá, Heloíza, eu vou dá partida no carro e você vai pensando o que vai fazer da sua vida de agora por diante, porque vai ter muita coisa pela frente.
Ela não falou nada e deu partida no carro, enquanto eu deixei minha cabeça pra trás pensando no tamanho da burrada que eu acabei de fazer. Minha cabeça estava á um milhão e parecia que explodiria a qualquer momento. Eu mal conseguia ter noção de onde a gente estava. Quando comecei a prestar atenção, a gente já estava praticamente na minha rua e fiquei olhando atentamente aquele lugar até a gente chegar em frente ao meu prédio e ela estacionar. 
Isabella: E aí?! Você quer que eu fique ou prefere pensar sozinha?
Helô: Prefiro ficar sozinha... preciso pensar, saber o que eu vou fazer da minha vida agora - falei passando a mão no meu rosto, limpando ainda tudo de molhado que estava lá
Isabella: Tá bom, você sabe o que tá fazendo... só por favor...
Helô: Não vem com esse papo! Deixa eu sair, deixa eu me situar. 
Isabella: Tudo bem, qualquer coisa você me liga, tá? - assenti e ela me puxou pra um abraço. Lógico que eu não aguentei e me apoiei no ombro dela voltando a chorar, mas dessa vez não tão intenso. Queria apenas aproveitar porque, por enquanto, era o único lugar que eu podia fazer isso livremente. Ela esperou que eu me soltasse dela e me devolveu um sorriso fraco.
Helô: Obrigada, tá?
Isabella: Eu tô sempre do teu lado, você sabe disso. - demos dois beijinhos uma no rosto da outra e eu saí lá do carro, sentindo ser observada por ela até o momento que sumi por dentro do prédio. Graças a Deus o porteiro não estava ali, mas quando entrei no elevador, acabei subindo com um dos meus vizinhos, esse morava bem do lado da minha casa mesmo e eu tive que cumprimentar com um singelo boa tarde. Quem me dera se estivesse!
Rodrigo: Boa tarde... - ele pausou, mas ainda olhava atentamente pro meu rosto. Estava inchado e meus olhos, por serem claros, logo deixavam todo o resto mais vermelho do que em qualquer outro momento - Desculpa a intromissão, mas tá tudo bem? Você tá precisando de alguma coisa? - ele finalmente falou algo, me deixando menos constrangida
Helô: Tá sim, Rodrigo, obrigada pela preocupação - o elevador lá abriu e a gente saiu juntos
Rodrigo: Nada, que isso. Mas se precisar, acho que você sabe, né?! Só bater na porta ao lado - ele sorriu e eu retribui fraco para não deixá-lo no vácuo
Helô: Sei sim, brigadão mesmo! - parei lá na frente da minha porta, dando um tchauzinho pra ele e logo entrei no meu apartamento, batendo aquela porta e me jogando lá no sofá. 
Fiquei olhando para o teto, sem querer entender que eu estava acordada e aquilo era a minha realidade. A minha mais nova realidade. E eu não estava mais sozinha. Eu tinha alguém que carregava dentro de mim a todo tempo. Já estava carregando há um bom tempo, mas sem saber, tudo parecia normal. Agora, tudo parece uma montanha russa de sentimentos. Nunca parei pra pensar como seria no dia que me descobrisse mãe, mas sempre ouvi dizer que seria um dia muito feliz. Queria estar sentindo essa felicidade, mas não passo da barreira de arrependimento voltada no meu coração. Não sei porque isso está me acontecendo, mas eu não consigo me ver preparada. Queria voltar no tempo e ser mais atenciosa, queria que esse momento fosse diferente, queria que se fosse para existir, que fosse da melhor forma possível. Voltei a sentir os meus olhos marejarem quando refleti sobre sonhos: Os meus e os do Lucas. Não como casal, mas como indivíduos. Eu precisava da minha imagem para trabalhar, mas o que estava sentindo ia muito além daquelas mudanças que eu veria no espelho. Na verdade, mudaria a minha vida inteira. O meu tão esperado diploma na faculdade acabou de se ficar mais distante, pois como eu vou conseguir conciliar uma criança com estudo? Eu queria estabilidade, eu queria almejar meus objetivos, eu queria realizar meus sonhos primeiro para só depois poder ficar responsável por novos sonhos que estavam por vir. Só que dessa vez, de outra pessoa. E nessa história, ainda tinha um terceiro: aquele que, embora sempre tenha me dito e expressado grande desejo de ser pai, estava no auge do sucesso. Cheio de planos que um filho agora só viria a interromper. Não sou dramática, mas sei que estou quase uma atriz de novela mexicana. Só que não dá para evitar, porque eu não quero que a vida de outras pessoas seja interrompida como está sendo a minha. Eu não tenho outra opção, mas sei que posso deixar o Lucas ter. Se eu pudesse, gostaria de ter essa chance. Fiquei olhando para a minha barriga e não sei se era psicológico ou se de fato já estava, mas já conseguia vê-la mais gordinha. Que sensação mais louca! Eu poderia estar devotando um filho, mas no momento tô tendo preferência para ficar olhando para o teto e pensando em tudo o que eu posso fazer para administrar essas mudanças que estão por vir. Pensando, pensando, pensando... e sem chegar a sequer uma conclusão. Resolvi levantar para beber uma água e depois de feito isso, peguei meu celular que por sinal estava chamando. Com o nome que eu confesso que menos queria ver no visor: Lucas Lucco  . Evitei a chamada até ela dá fim sozinha e ele tentou ainda mais umas duas vezes. Tava me doendo deixar aquilo ali tocando sem poder dizer alguma coisa e então eu decidi que teria que dá uma posição. A vida me obrigava a isso. Então, logo em seguida o chamei no whatsapp. Seria melhor do que ouvir a minha voz!

"Lucas?

Pq você não me atendeu?

Tô tentando te ligar sô

Só vi as chamadas perdidas

Eu quero falar com você

Tá em São Paulo?

Tô ué, cheguei mais cedo

Mas lembrei que você tinha me dito que ia sair com a Isa

Tá tudo bem?

Vc tá estranha!

Pois é...

Saí e já voltei!

Vem aqui?

A gente precisa conversar

Vc tá me assustando...

Mas tudo bem, daqui a pouco eu tô aí

Quer que eu leve alguma coisa pra comer?

Só se você quiser

Pra mim não precisa!"

Ele não respondeu mais nada e eu logo bloqueei aquela tela. Decidi permanecer naquela inércia sem nem mesmo ligar a televisão. Eu sei que não faria o correto para o momento, mas tem coisas que a gente faz para entender só lá na frente e eu espero que esse seja mais um caso desse. Fiquei, dessa vez sentada e com os meus pés apoiados na mesinha de centro, tentando recomeçar um novo rumo pelos meus próprios pensamento num tempo de meia hora até que ouvi a campainha do meu apê tocar. Como o Lucas já estava autorizado a passar lá por baixo a tempos, era a hora. Olhei lá no espelho e meu rosto ainda estava um pouco vermelho, mas não dava para adiar né, afinal, fui eu mesma quem montei tudo aquilo. Abri a porta e o Lucas estava lá parado com os ombros tensos e a expressão de preocupação tomou conta do seu rosto quando viu o meu.

Lucas: Você tava chorando, Heloíza? - ele falou ainda incrédulo

Helô: Passa pra cá, a gente vai conversar - dei passagem e depois que ele já estava pela sala, eu encostei a porta

Oi meninas! Primeiramente, tô boquiaberta com os comentários... Sempre que vocês me surpreenderem positivamente assim vou fazer o máximo de esforço para recompensá-las porque acaba sendo mais do que justo. Amanhã eu acordo antes da seis e tô já varando a madrugada para escrever pra vocês, porque quero que fiquem sempre satisfeitas com a história. Espero assim tá fazendo um bom trabalho como vocês me falam e me enchem de alegria com os recadinhos. Enfim, esse capítulo não está dos maiores, mas tá pegando fogo sinistro: HELÔ ESTÁ GRÁVIDA! E aí, o que vocês acharam disso? E mais: Qual será a atitude dela para com o Lucas? A reação dela não foi das melhores e esperadas, o que será que ela vai fazer daqui pra frente? Conto com a opinião de todas, peço que confiem no que estou planejando e me digam o que acharam desse capítulo. Beijos, amores, boa semana!