sábado, 31 de janeiro de 2015

Capítulo 49

Helô OFF
Lucas ON
Como o que já estava combinado, fui pra Paris com a minha mãe e essa história de ir de trem é a melhor coisa que pode existir nessa Europa! Chegamos lá num tempo de uma hora e saímos exatamente numa das entradas do Museu do Louvre, o que já deixava a gente se sentindo realmente em Paris.
Lucas: Chegamos mãe, e aí, o que vamos fazer?
Karina: Vamos pra Ponte Des Arts? É aqui pertinho!
Lucas: Olha, pertinho por pertinho, a gente fica aqui no museu memo
Karina: Ah Lucas, lá é tão lindo! É aquela ponte dos cadeados, toda aquela tradição, aquele clima de amor... E vai ser super rápido!
Lucas: Como se eu tivesse em clima de amor... - acabei soltando baixo, mas a minha mãe nunca deixa nada passar.
Karina: Aí no fundo cê sabe que tá - ela colocou a mão do meu peito - E tem mais, pra amor sempre tem clima, cê num me ama? - ela abriu um sorriso
Lucas: Ai que pergunta, dona Karina - passei o braço no ombro dela e a gente foi andando então, até a tal ponte que ela queria visitar.
O que eu não faço pela minha mãe, né? Até ir a um lugar que eu tenho certeza que me lembraria a Heloíza. Não sei quando foi que eu deixei isso acontecer e se é que eu tinha poder sobre isso, mas não tinha como chegar na tradicional "ponte dos cadeados" e não ter vontade de deixar um lá para, quem sabe, trazer sorte a mim e a Helô e fazê-la acreditar no pra sempre. Enfim, realmente estávamos próximos da Ponte Des Arts, só que quando chegamos lá de fato eu tive uma das maiores surpresas da minha vida e isso não é exagero: A Renata e o Sergio estavam lá. E com certeza, seria uma questão de segundos para a Helô aparecer no meu campo de visão. A minha mãe foi toda sorridente lá falar com eles e eu só queria saber o que a vida tava querendo, porque até onde eu sei a Helô não respondeu as mensagens que a minha mãe tinha mandado ontem.
Renata: Que prazer encontrar vocês aqui! - eu me aproximei também e depois de cumprimentar minha mãe veio me abraçar - Tudo bom, meu filho?
Lucas: Tudo sim, Rê, e com você?
Renata: Tudo bem também
Sergio: Eaí mlk, veio dá uma volta por Paris também - a gente deu um toque de mão lá
Lucas: Pois é, trazer minha mãe
Sergio: Ficar de segurança né - nós dois rimos 
Não disse e não prestei atenção em mais nada quando vi a Helô abaixada lá, se eu não estou enxergando tão mal assim, um cadeado lá. Ela? Justo ela? Tão descrente do amor e de qualquer tradição que o rodeia? Me aproximei sim sem querer pensar sobre o que minha mãe e os pais dela falariam sobre isso e cheguei tão próximo a ponto de fazer sombra sobre ela. Ela estava pensativa, eu a conhecia bem o suficiente para saber disso. Seria pensando em nós, se é que ainda poderia aplicar isso para eu e ela? Mas sinceramente, eu espero que sim, pois não sei se estaria preparado para sequer pensar que ela poderia estar colocar aquilo em nome de outro alguém. Quem me dera se meu coração deixasse por um minuto acreditar que o orgulho dela tava escorrendo aos poucos pela tentativa de nós.
Lucas OFF
Helô ON
Eu olhei pra cima e não, isso era quase impossível de estar acontecendo. O Lucas estava ali em pé, um pouco atrás de mim, observando o ato que eu havia acabado de fazer. Fiquei meio perdida, porque eu não podia crer nem mesmo naquilo que os meus olhos estavam vendo, mas também não podia ficar calada. 
Helô: Lucas? - o olhei com as sobrancelhas levantadas e fiquei logo de pé, de frente pra ele - O que tu tá fazendo aqui?
Lucas: Acho que essa pergunta quem tinha que fazer sou eu, porque eu nunca esperei te ver aqui.
Helô: Aqui em Paris?
Lucas: Não, aqui cumprindo essa tradição da ponte.
Helô: Deve ser pra aumentar meu amor próprio - tô ficando foda na arte de fingir sim e me surpreendendo mais uma vez, ele soltou um risinho - Sua mãe tá aí, né?
Lucas: Uhum - ele levou os olhos pra direção onde tava ela e os meus pais, me fazendo virar e vê-los um pouco mais distante de onde a gente tava, mais no começo da ponte.
Helô: Vou lá falar com ela - mas antes de eu ir, me lembrei que estava com a chave do cadeado nas mãos ainda - Só que ainda tenho uma coisa pra fazer - abri a mão, deixando ele ver a chavinha lá
Lucas: Isso é do cadeado? - assenti - E o que faz? Guarda?
Helô: Joga no Rio Sena. - pausei e fiquei olhando pra ele. A minha cabeça, eu realmente não sei onde estava, mas tomei essa atitude sem hesitar muito pra não ficar nessa de arrependimento -  Joga você, aproveita aí, quem sabe não reforça seu amor próprio também - entreguei a chave na mão dele.
Lucas: Tá falando sério?
Helô: Claro né
Ele não falou nada, mas se apoiou lá na ponte para jogar a chave que eu tinha dado a ele no rio. Enquanto ela caía, ele ficou meio pensativo e eu confesso que dava uma unha pra saber o que ele achou daquilo. Mas com certeza não foi coisa ruim... Ele sabia o significado dessa tradição e apesar de ser o Lucas, deveria ter ideia do que eu pense quando coloquei aquele cadeado ali. E óbvio, as minhas claras intenções de dar a chave para ele jogar. Fiquei esperando que ele se pronunciasse, para não interromper os pensamentos e quem sabe até os pedidos dele, mas não foi preciso tanto tempo assim. 
Lucas: Vamos lá? - assenti e a gente passou em direção aonde estava meus pais e a Karina. Confesso que era meio constrangedor andar, num lugar onde tinha tantos casais, lado a lado com o Lucas sem ter sequer algum contato. E olha que eu nunca fui pilhada nessas coisas 
Helô: E aí, dona Karina!! - ela riu como eu falei e veio logo me abraçar - Olha que a gente se esbarrou mesmo hein
Karina: Pois é! - ela deu um sorriso, olhando para a minha mãe que também estava com o mesmo esboçado 
Sergio: Vocês vão ficar aqui hoje?
Karina: Vamos sim, só voltamos pra Londres amanhã.
Renata: Ai que bom! Então vamos fazer nossa programação do dia hoje.
Lucas: A gente vai ficar juntos...? - ele estendeu um pouco até dar tonalidade de pergunta a sua fala
Karina: Vamos, filho, bom que a gente agora tem companhia pra fazermos nossos passeios - ela mexeu lá na bolsa dela - Inclusive, preciso que cês me ajudem a saber onde é esse hotel - ela mostrou lá o papel da hospedagem de uma única diária.
Renata: Uma pena não ser o mesmo que o nosso... Também não tenho ideia de onde seja
Helô: Meu pai pergunta quando a gente for pegar um táxi, pô.
Karina: Ai até que enfim alguém que saiba falar francês, porque até inglês já tava enrolado... - rimos
Lucas: Que isso, mãe, eu tava falando benzão
Helô: Puxado essa sua forçação - o pessoal todo riu, inclusive ele mesmo
Sergio: Mas e aí, o que vamos fazer agora?
Renata: Esse lugar aqui é tão maravilhoso que nem dá vontade de sair 
Helô: Só o que mais tem é lugar pra gente conhecer antes de almoçar. 
Lucas: Isso aqui é o Museu do Louvre? - ele virou, apontando ao museu que estava do outro lado da  ponte. 
Sergio: Uhum, lá é enorme, mas a gente podia dá uma andada lá, aproveitar que estamos aqui perto.
Helô: Pai, aqui tudo é enorme, tem que passar um ano inteiro aqui pra poder tirar um mês pra conhecer um único lugar todo
Sergio: Isso é verdade! Então vamos ao Museu logo?
Todos assentiram e nós fomos até o Louvre, onde entramos no hall do Museu, compramos nossos ingressos, pegamos os mapas e começamos nossa visita. Realmente, eu acho que aquele era o maior lugar de visitação que tinha em Paris! E tudo era fascinante, os acervos e as pinturas. Um local de três andares precisava um pouco da nossa organização pra podermos ver aqueles quadros que mais queríamos e para também não se perder (pois acredite, isso é uma coisa facílima lá dentro). Fomos direto para o terceiro andar e decidimos ir vendo as coisas por cada um deles e depois descendo. Lá era fantástico! Apesar de não ser tão amante e entendida de artes assim, era incrível a sensação de ver obras tão famosas, como Mona Lisa, Venus de Milo e Victoria de Samotrácia tão na nossa cara. Você conseguia entender por detalhes como aquelas obras haviam alcançado um patamar de tanta importância na história mundial. Mas sabe o que era mais extraordinário? Que a beleza não era exclusividade de artistas ou obra de artes famosos. O acervo enorme oferecia inúmeras peças que eu nunca tinha ouvido falar, seja do quadro ou do autor, mas que passava a mesma delícia que era ver a obra. Realmente, um passeio que você entra achando que vai conseguir fazer em uma hora, mas acaba fazendo em quatro, como foi o nosso caso. Só quando foi por volta das 15:00 que nós fomos sair lá do Museu e isso porque a fome já estava nos fazendo pedir socorro.
Karina: Nossa, tudo aqui é maravilhoso! Dá vontade de ver ainda mais.
Sergio: Eu também sai com essa sensação. A gente andou tanto, mas ainda quer anda e ver mais. É fascinante!
Lucas: A gente sai até achando que entende alguma coisa de arte, coisa louca - rimos
Helô: Realmente, é tudo maravilhoso... Mas vamos lá, eu tô com muita fome, gente, tá dando não.
Renata: Heloíza sempre é quem começa com esse papo de comida - eles riram
Helô: Mãe, é sério, tô fome, pô
Sergio: Mas pior que dessa vez vou ser obrigado a concordar com a Helô, a fome tá chegando aqui também.
Helô: Olha aí gente, até a pessoa que mais me zoa tá concordando comigo.
Lucas: Restaurante num falta nessa Paris
Sergio: Lugar ideal pra Helô - eles riram
Helô: Num pode te elogiar que já começa né - ele, rindo, veio e passou o braço sobre o meu ombro
Karina: Então, vamos decidir onde vamos lá do outro lado que é onde tão os restaurantes.
Passamos, de novo, pela ponte e num papo super agradável sobre como foi a visita ao Museu até decidir qual dos restaurantes lá, na beira do Rio Sena, nós iríamos almoçar. Pelo horário, por lá já não estava tão cheio assim e nos acomodamos numa das mesa lá fora mesmo, fazendo logo os nossos pedidos e numa contínua conversa.
Sergio: Ainda temos que decidir o que vamos fazer agora nessa tarde
Helô: Ó e a noite tem Torre Eiffel tá?
Renata: Eu preciso andar ligada na tomada pra ficar com esses dois, tão vendo né? - rimos
Lucas: Mas eu quero ir pra um lugar mais light agora a tarde, porque tô afinzão de ver a Torre Eiffel a noite.
Karina: Deve ser a coisa mais linda do mundo!
Helô: Agora que tu vai bombar no instagram, Ká - ela riu
Sergio: Aí Lucas, Paulim não tá aí é responsabilidade tua
Lucas: Deixa ela só - os pratos chegaram lá e nós agradecemos 
Karina: Cê já é assim ainda arranja quem te dá ideia 
Lucas: Serjão tá falando a verdade, cê num pode ficar muito a mostra não, tá louca?
Helô: Claro que pode! Gata, maravilhosa, gostosa... Larga o show! 
Lucas: Por isso memo que eu não posso largar - acabei rindo
Ficamos conversando e aproveitamos aquele tempo da refeição como uma forma de resgate ao próprio tempo, literalmente, se é que alguém pode me entender. Eu e o Lucas já estávamos engajando em diálogos direto e dentro de mim, sem que ninguém possa ouvir, eu posso confessar: Não tinha nada melhor do que sentir que tudo estava em seu devido lugar. Apesar de não tocá-lo, não ter nada do que nos era de costume, só a maravilha de estar no mesmo lugar sem farpas ou brigas fazia qualquer pessoa de fora a desconhecer nós dois, eu tenho certeza. Enfim, almoçamos lá naquele clima incrível e a beira de, repito, um dos lugares mais lindos do mundo que era o Rio Sena e até arranjamos espaço para comer uma sobremesa. Acho que ficamos tanto tempo sem comer que deu pra se alimentar com tudo aquilo e nem se sentir tão cheios assim para voltar a nossa andança por Paris. Quando terminamos de comer e depois daqueles cinco minutinhos típico de brasileiro de ficar sentado ainda na mesa, descansando o almoço, nós fomos pagar aquilo que consumimos e saímos de lá refletindo sobre o que iríamos fazer.
Sergio: Falamos, falamos, falamos e não decidimos qual nosso destino...
Lucas: Eu acho melhor a gente ir pra Catedral de Notre Dame que é aqui mais perto e é menor também. 
Renata: Verdade, amanha teremos o dia mais livre pro Palácio.
Helô: Então tá decidimos, vamos? - pausei - Aliás, dá pra gente ir andando daqui?
Renata: Dá sim, não é tão distante, né? - olhou pro meu pai
Sergio: Não é não, só seguir aqui, rapidinho a gente tá lá.
Karina: Dá até gosto de passear por Paris! 
Sorrimos, concordando em gênero, número e grau com aquela afirmação da Karina e fomos caminhando lá até chegar a Catedral De Notre Dame. Realmente, não era tão longe de onde almoçamos e a visitação lá estava bem cheio, já dava para perceber. Mas não foi uma razão para nos impedir de entrar! Era uma Catedral Gótica que já impressionava pela riqueza de detalhes do lado de fora, quem dirá do lado de dentro. Não parecia que tinha sido construída a tanto tempo assim! Inclusive, quando entramos lá estava tendo alguma celebração e descobrimos o porque de tamanho movimento na entrada. Foi uma coisa extraordinária, porque todo mundo acompanhava aquilo ali, ainda que pouco entendesse. Desde nativo a turistas tinham muitos espalhados pelo corredores laterais e pelo centro. Que momento, viu? Deus mais uma vez veio a nos presentear com isso! E quem sabe até era um recado de que aquela viagem seria muito mais abençoada do que esperávamos. Tinha também um coral lá que tornou a energia completamente difícil de se explicar era como, independente da língua ou do que estava sendo dito ali, eu conseguia alcançar a plenitude só com tudo aquilo que aquele lugar e toda aquela gente emitia. E eu percebia que não era só comigo, meus pais, o Lucas e a Karina estavam tão tocados quanto eu com aquele momento. Acabamos optando por esperar a celebração terminar, por tudo isso de bom que estava nos trazendo, só que nem demorou muito em função de que a hora que chegamos, provavelmente aquilo já tinha começado a um bom tempo. Assim, fizemos o sinal da cruz e fomos comprar um ingresso para poder fazer a visitação do Tesouro que era num dos ambientes lá de visita indispensável! Tudo era muito lindo e encantava por tamanhos detalhes e riqueza. Lá a gente também podia subir as torres, mas estava tão cheio que acabamos desistindo e nos despedimos ali mesmo da Catedral De Notre Dame.
Renata: Deus é tão tremendo!
Karina: Nem fala, Rê! Tô aqui muito grata que Ele reservou esse momento para nós.
Helô: Super especial, diga-se de passagem.
Karina: Bom pra agradecer...
Renata: ... E uma prova que a gente sempre precisa entender os planos de Deus por nós. - nasalei porque tinha certeza que minha mãe tinha dito aquilo pra mim. E pelo visto, atingiu o Lucas também que logo passou a mão nas sobrancelhas.
Lucas: Bom gente acho que tá na hora do break né?!
Sergio: E esse mlk metido falando inglês aí?
Lucas: Vim de Londres né Serjão, sabe como é - rimos
Sergio: Mas eu também acho, que horas tem?
Renata: Já são quase 18 horas
Sergio: Então, já podemos ir, bom que dá pra dá uma descansada e depois a gente vai jantar e na Torre Eiffel
Helô: Por mim tá tranquilo!
Lucas: Que horas a gente vai?
Sergio: Pode ser uma 21 horas porque aqui demora a escurecer que é uma maravilha - fomos andando lá pela calçada até chegar num lugar de táxi - Ah Karina, vamo que eu vou falar lá com o taxista do hotel de vocês
Karina: Ah, por favor, Serginho
Então, meu pai, a Ká e o Lucas foram na frente pro meu pai falar com o taxista lá pra levá-los pra aquele hotel onde eles tinham reservado quartos. Eu e minha mãe ficamos esperando ele voltar, que não demorou muito e logo conseguimos um táxi para ir pro nosso hotel.
Sergio: Acredita que eu acho que eles tão um daqueles hotéis lá na rua do nosso mesmo? - ele disse quando o taxista já estava dando partida
Renata: Sério?
Sergio: Aham, pelo o que eu taxista disse o restaurante lá que a gente almoçou é referência da rua
Helô: Mais uma coincidência né
Renata: É, mais uma - ela olhou pra cima
Helô: Pena que eu não acredito nelas, dona Renata. - meu pai soltou um risinho - Por algum acaso isso é tramoia de vocês?
Sergio: Dessa a gente não sabia mesmo
Helô: Dessa é? - olhei pra minha mãe
Renata: Teu pai que falou, não sei porque tá olhando pra mim
Helô: Eu sabia que tinha coisa de vocês nesse encontro inesperado!
Renata: Você não venho pra cá querendo encontrar o Lucas de algum jeito? Então, a Karina me ligou pra falar da vinda deles e a gente só combinou de se encontrar, nada mais normal.
Helô: Nada mais normal - revirei os olhos
Sergio: Ah Helô, você não pode reclamar, o dia foi muito agradável, você e o Lucas estavam num clima ótimo e ainda tem mais por hoje. 
Helô: É, é...
Concordei um pouco contrariada porque detesto quando as pessoas querem agir dentro da minha própria vida, mas de fato acabou sendo uma atitude muito boa. Desde que eu o Lucas terminamos, nunca tivemos uma convivência tão amigável e sem brigar por vinte e quatro horas como hoje. Tudo bem que o dia não acabou, mas acho que esse clima de Paris pode influenciar só para melhorar as coisas. E assim eu espero! Enfim, chegamos lá no hotel, meu pai pagou a corrida e nós subimos pelo elevador até nossos quartos.
Renata: Karina disse que o hotel dela é há umas cinco casas daqui.
Sergio: Se a gente tivesse planejado isso, não daria tão certo.
Renata: Tá vendo quando eu falo que quando Deus quer, tudo ajuda? - ela virou pra mim enquanto saímos do elevador.
Helô: Disso eu tenho certeza! Agora deixa eu ir descansar... E os senhores também, né?!
Sergio: Estamos indo. Vai tá pronta 21:00?
Helô: Vou paizinho, vou até colocar meu celular pra despertar caso eu durma.
Sergio: Ah Lucas Lucco, só você pra fazer minha filha me chamar de paizinho - dei um tapinha fraco no braço dele e a minha mãe soltou um risinho
Helô: Ai tchau vocês, vai...
Entrei lá também no meu quarto e fui logo ligando o aquecedor pra poder tirar minha roupa e porque o tempo também estava começando a ficar mais frio. Fui direto tomar banho, porque depois de um dia desse na rua, era o que eu mais precisava. Quando terminei, coloquei só um camisão e me joguei lá na cama, coberta e peguei meu celular pra mexer. Atualizei tudo o que me faltava nas redes sociais, coloquei meu celular pra despertar 20:00 porque para eu dormir era um passo, mas uma coisa que eu não podia adiar era: os meus pensamentos sobre o Lucas. Aquele sorriso dele, aquele jeito, aquele jeito lesado, até daquele sotaque tão mineiro me fazia falta. Nunca pensei que saudade associado a um amor assim fosse algo tão forte. Assim como nunca pensei me ver falando sobre amor tão explicitamente como estou nesses últimos dias. Saber que ele estava tão perto, agora mais do que nunca, me dava vontade de descer todas aquelas escadarias do hotel e ir até ele, enchê-lo de beijos, tê-lo novamente, sem ouvir sequer uma palavra do que ele pode ter para me dizer. Mas também não dava. Apesar do meu desejo de voltar fosse grande, o meu orgulho ainda conseguia maior. Eu queria mostrar pra ele que eu estava ali, mas não poderia tomar nenhuma atitude que meu corpo me fizesse apitar como humilhação. Talvez fosse muito difícil me entender, ás vezes, nem eu mesma conseguia, mas se qualquer pessoa conversasse com ele sobre mim, as explicações da minha personalidade viria da melhor maneira possível. Porque mesmo quando ninguém consegue encontrar respostas para o meu jeito de ser, ele arranja. Chegava a ser surreal! Meu cansaço tava batendo na porta sim, por mais que eu não sentisse, mas chegou a hora que meus pensamentos foram misturados com o meu sono e quando eu pouco senti, já estava dormindo. Mas nem durou tanto assim, foi mais para dá aquela descansada fisicamente mesmo, porque 20:00 meu alarme começou a tocar lá e eu logo fui desligar para não me despertar mau humor. Em Paris não! Assim, depois de olhar de novo o que tinha lá pelo celular, eu fui lá no banheiro fazer meu xixi e depois voltei a minha mala para fazer mais uma composição. Frio é muito bem recebido para isso! Escolhi lá com tanta paciência que nem parecia eu! Depois de tudo escolhido, tirei o camisão que eu tava e comecei a vestir meu look. Soltei meu cabelo, penteei e até passei uma make básica, dando só destaque para um batom vermelho. Coloquei alguns poucos acessórios, pois com aquele tanto de roupa não dava, e assim eu preferia optar por um chapéu pra dá uma diferenciada. Coloquei uma bota de cano curto, separei minha carteira/bolsa, coloquei meus documentos, dinheiro e logo o cartão do quarto lá e estava pronta. Joguei meu camisão lá na mala, passei um perfume e quando fui olhar meu celular já eram 21:15. Meus pais só não me ligaram porque eu tenho certeza que Renata ainda estava se arrumando, não tinha outra opção! Quando passei lá no quarto deles, então, eles saíram logo, só que minha mãe saiu no telefone com a Karina para avisar que já estávamos indo. Iríamos nos encontrar lá na frente da Torre Eiffel e lá fomos nós! Como chegamos primeiro a aquela maravilha de monumento, eu acabei batendo uma foto incrível que cooperou aos meus pais pedirem que eu tirasse uma deles no mesmo ângulo e depois uma selfie nossa. No meio desse caminho, o Lucas e a Karina chegaram e ficaram tão encantados com a beleza que a Torre ficava daquela maneira que pediu para bater foto deles. Fiz, sem qualquer problema, mas logo saímos de frente dela e toda aquela devoção que ela nos causava, para poder escolher onde jantar. Acabamos optando por um que era bem na beirada da rua, mas que ainda tão próximo da torre que dava gosto de jantar. Um dos garçons lá arrumou uma acomodação para nós e depois de fazermos nossos pedidos, eu entrei no instagram pra postar a foto que eu queria. No feed, inclusive, encontrei a Karina postando a que eu tinha tirado dela e do Lucas. Sem precisar nem editar, só mandei pro instagram direto com aquela beleza extremamente única.
@heloapollonio A vida realmente não tá fácil pra mim que tô jantando com uma vista dessa...  #Parisjetaime #praesselugarvalefalardeamor #Helôpelomundo haha
❤️ 16049 curtiram
patibernardes um sonho essa tamanha beleza... Meu Deus, incrível!
tatimartins ahhhhhh que saudade de ver você embelezando meu feed com essas fotos de viagens   Extraordinário!
faithlucco MEU DEUS, MEU FORNINHO
faithlucco KARINA ACABOU DE POSTAR UMA FOTO EXATAMENTE AÍ
gabyalves Amar Paris sim vale a pena hahaha ôh lugar lindo! 
picturesleandro @heloapollonio @lucaslucco @karinalucco estão juntos  
sallesroberta eu tava com CERTEZA que aquela foto que a Karina postou era a sua cara! Foi você que tirou, olha isso   
torcidahelucas a nossa hagstag agora é: #helucaspostafotoemParis  
sabry_porto tá dificil a vida hein fofa hahah
tudoporlucco foto linda, estou maravilhada! 
fc_lucco Na cidade mais romântica do mundo, vocês não iam poder fugir... #helucas
maaricardoso #helôpelomundo é a sua tag hahaha socorro, comece a usar nas suas viagens
teamlucco eu sabia que vocês ia se encontrar... Não tem jeito!
livebylucco ME SOCORRAM QUE LUCAS TAMBÉM POSTOU UMA FOTO PARECIDA COM ESSA  
amandamarques nossa, que linda..  
portilucco para de tirar foto dos outros e posta uma foto sua e do Lucas, por favor!
tamiresoliveira eu super apoio um blog com essa hagstag #helôpelomundo e você contando suas viagens... Ia ser top! 
withyoull você e o Lucas juntos em Paris, meu, quanto amor  
Nem li os comentários mais porque como eu esperava, todos eles iam fazer associação com a foto que a Karina tinha postado. E mais, o Lucas também tinha colocado mais uma que foi o ponto perfeito para elas saberem que a gente estava juntos. Aliás, juntos igual no mesmo lugar, porque estávamos longe de estar como estava passando na cabeça delas. Mas enfim, me desliguei um pouco do celular lá pra poder aproveitar aquele lugar maravilhoso, o jantar e a companhia. Tudo estava incrível e cooperava ainda mais para eu ser apaixonada por aquele lugar. Tivemos uma noite maravilhosa e como lá nós pagávamos a comida assim que a recebia, depois de fazermos nossas refeições, ficamos ali só papeando e admirando a beleza que era estar ali. Até uma hora que minha mãe levantou e fez uma proposta que sinceramente me surpreendeu.
Renata: Ká, você pode nos fazer um favor? Vamos ali pra você tirar mais foto minha e do Sérgio.
Karina: Claro, claro, vamos - ela levantou já pegando a própria bolsa
Helô: E a bolsa vai pra quê gente, se eu vou ficar aqui?
Lucas: Eu também. 
Renata: Ah, já é vício - ela tava com a dela no braço também e eles saíram de lá assim, na cara dura, deixando eu e Lucas que não ocasionalmente estávamos sentados um de frente para o outro num clima que a gente não sabia desfazer.
Lucas: Acho que nossas mães estão precisando de um curso de disfarce
Helô: Urgente, porque né
E sim, essas foram as únicas palavras que trocamos num espaço de tempo de uns dez minutos que ficamos sentados lá. A única coisa que soava entre nós era o violino de um rapaz que se apresentava bem ali na frente da Torre Eiffel, pelo menos impedindo aquele silêncio absoluto. Confesso que já estava ficando constrangida e irritadíssima pelo fato de minha mãe não voltar logo e quando peguei meu celular, adivinhem? Sim, tinha mensagem da mesma.
"Amor, viemos embora! Quando chegar, dá uma avisa. Divirta-se! E sim, a Karina está conosco"
Eu já não estava mais aguentando isso da minha mãe querer de qualquer jeito se meter na minha relação com o Lucas, mas acabei mostrando pra ele lá a mensagem que só nasalou. 
Helô: É, parece mesmo que eles queria deixar a gente sozinhos - falei, colocando meu celular lá de volta a mesa
Lucas: Ultimamente tem muita gente querendo fazer isso
Helô: Tão achando que são cupidos pra agir ao nosso favor
Lucas: E em pensar que no começo a gente fazia tudo escondido... - ele falou olhando pro lado, mas acabou soltando um sorriso que me deixou embalar nele.
Helô: Pois é! - pausei - Só que eu acho que a gente não tem mais tanta coisa pra fazer aqui, né? - ele assentiu - Então vamos levantar, sei lá, ir embora - peguei meu celular e já estava levantando. É.. justo eu que tanto queria isso, não estava conseguindo colocar pra fora o que eu tinha vontade de dizer. Ou não me permitia a isso. 
Lucas: Pior que eu também acho! - ele levantou lá também e a gente foi andando, no sentido oposto de quem queria realmente ir embora, na verdade, mais pra perto da torre Eiffel.
Helô: Pior? - perguntei, confesso que um pouco sem coragem.
Lucas: É, a gente que sempre achou que tinha tanta coisa pra conversar, estamos aqui nos pegando sem assunto.
Helô: Ah é... - revirei os olhos - Mas nem tem como conversar com uma vista maravilhosa dessa - olhei para cima, estávamos tão próximos de novo daquela luz intensa que a torre irradiava.
Lucas: É linda, né?! - assenti e ficou um silêncio meio constrangedor entre nós, de quem não sabia o que fazer - Tira uma foto nosso aqui? - ele falou isso, sem me olhar, mas eu não consegui evitar que meus olhos se direcionasse a ele
Helô: Tá falando sério?
Lucas: Tô, uai! - ele enfim virou pra mim - Quero tirar uma última foto da noite e já que estamos aqui, esse visual merece.
Helô: Se você está dizendo, eu tiro - peguei meu celular lá dentro da bolsa e coloquei na câmera frontal
Estávamos completamente sem graça um com o outro, diferentemente da manhã quando estávamos com mais pessoas. Isso era uma situação completamente diferente para nós que nunca nos deixamos ceder a esse sentimento de até um pouco de vergonha da presença do outro. Mas eu bati lá umas três fotos nossas lá, como ele havia pedido.
Lucas: Depois cê me manda?
Helô: Uhum
Lucas: Então, acho que a gente pode ir embora né
Helô: Podemos, podemos sim... vamos pegar um táxi?
Lucas: Ah melhor, sendo que eu nem lembro lá o nome do hotel e nem sei falar francês - acabei soltando um risinho e dessa vez foi ele quem me acompanhou
Helô: Vou tentar arranhar pra gente sair daqui, né? E eu sei o nome do restaurante lá que é perto, peço pra ele deixar a gente por lá.
Ele assentiu, então, e nós fomos procurar um táxi ali por perto. Achamos um moço lá que eu consegui até me comunicar bem, dando a referência do hotel e ele disse que sabia onde era. Realmente, não estávamos por longe e logo ele nos deixou na frente do ponto que eu o pedi. A gente pagou lá pela corrida, eu agradeci e nós saímos lá caminhando praticamente em silêncio até chegar na porta mesmo do meu hotel.
Lucas: Bom... é isso, né?! - ele me olhou e eu tenho certeza que essa era a hora que ele não fazia ideia do que fazer
Helô: É... - eu pausei, repensei e não... Meu nome é Heloíza e eu não vou me dá chances de me arrepender do que eu não fiz - Espera, Lucas, tu vai embora pra Londres amanhã né?
Lucas: Vou, por que?
Helô: Porque essa pode ser a única oportunidade que eu tenha de fazer exatamente o que eu vim fazer aqui.
Não esperei qualquer outra coisa ou reação dele e fui para perto dele, apoiando minhas mãos na nuca dele e inciando um beijo entre nós. Ele poderia até ter repudiado essa atitude, mas eu tenho certeza que ele estava gostando tanto quanto eu. Assim como tava com saudade! A mão dele veio uma para a minha nuca, tomando controle desse beijo e quando sentiu que eu podia me afastar, não permitiu, envolvendo minha cintura com o seu outro braço e me encostando lá na parede do próprio hotel. Se eu pudesse descrever a saudade, seria exatamente com a reação que meu corpo estava tendo com aquele beijo. A sintonia não mudava! E pela primeira vez eu consegui sentir o coração dele batendo de tão perto que os nossos corpos estavam. O mais incrível de tudo isso? A frequência estava tão rápida quanto a minha. A mão dele passeou um pouco pelas minhas costas, conseguindo ainda sim causar arrepios em mim, mesmo por baixo de toda aquela roupa. Não queríamos que tivesse fim e só realmente teve quando a falta de ar começou a se fazer muito presente entre nós, deixando que nós nos despedíssemos com um selinho extremamente ofegante. 
Lucas: Olha... - ele levantou as sobrancelhas - Nunca pensei que fosse ver cê fazendo isso depois de tudo que aconteceu, mas preciso te dizer que a coisa que eu mais admiro e mais sou apaixonado em você é como cê é uma mulher de atitude - mordi meus lábios sem conseguir esconder meu sorriso - Agora cê vai entrar, né?! 
Helô: Agora eu vou... Boa noite! - acabei soltando um riso que se misturou com o dele e... puta que pariu, por que esse mlk é assim?
Lucas: Boa noite! Vou esperar cê entrar...
Helô: Ah ou, Lucas Lucco - ele riu denunciando a saudade que ele estava de me ouvir chamá-lo assim - Vai, vai, vai.. tchau!
Lucas: Tchau, Helô!
Ele ficou mesmo esperando eu entrar, mas quando entrei no elevador, ele já tinha sumido das minhas vistas. Mano, que loucura! Encostei lá naquela parede sem acreditar no que tinha acontecido. E para tudo : Ele disse mais sou apaixonado. Sou é presente, isso quer dizer que ele só é mais um orgulhoso que eu arranjei pra minha vida! Não tomou atitude porque pra ele é tão difícil quanto pra mim deixar passar todo esse sentimentos pelas barreiras que nós mesmo pomos em nós. Passei para o meu quarto ainda sem conseguir parar de sorrir e assim foi até o momento que eu me troquei, escovei os dentes e enfim deitei na cama. Pra finalizar meu dia, eu só soube fazer minhas orações para que Deus continuasse a me mostrar o que Ele tinha preparado para  a minha vida. 

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Capítulo 48

Meu último dia no Rio de Janeiro foi naquela sexta feira, porque sábado eu embarquei de volta pra São Paulo e fui direto para o Guarujá, ver meus pais. Quando cheguei lá, os mesmos muito eficientes e mais empolgados do que eu podia pensar, já tinham decidido tudo sobre a minha viagem com eles para Paris e, então, estava tudo certo. Passei o sábado com eles e inclusive aproveitei para contar e falar, pela última vez, sobre o meu término com o Lucas. A princípio, eles ficaram bem espantados, mas quando disse que queria tentar vê-lo nessa viagem, eles começaram a me dar apoio, provavelmente por não ter me visto abaixar a guarda antes assim por ninguém. A parte do Gabriel, eu só contei a minha mãe por razões óbvias que já foi o suficiente para ouvir um pouco bastante! Mas no final das contas, ela vinha com os conselhos e o abraço que me fazia persistir e acreditar no que ela sempre diz: O que Deus quer pra mim, eu quero. 
Enfim, hoje é terça feira e depois de acordar ás 6:00 da manhã e pegar um vôo de 11 horas e 15 minutos, eu e meus pais estamos em Paris, finalmente. Chegamos lá por volta das 21:00, já nos arrumando pelo fuso daqui e nos acomodamos lá, meus pais num quarto e eu no outro, porém os mesmo sendo vizinhos. Apesar do cansaço que estávamos, decidimos ir jantar num restaurante que tinha ali na rua do hotel mesmo em que estávamos hospedados e que a hora que passamos no táxi, já estava enfeitado pela noite, e era a coisa mais linda do mundo. Incrivelmente, na França estava frio, mas algo mais controlável e menor do que eu pensei. Assim, depois de organizar tudo o que eu queria, liguei o aquecedor lá do quarto, tomei meu banho e coloquei o meu look. Já disse o quanto eu adoro montar composições nessa estação? Tudo fica incrivelmente lindo! Enfim, passei uma make super simples, coloquei alguns acessórios básicos, calcei um sapato fechado, desliguei o que tinha lá e peguei minha bolsa/carteira, colocando o que precisaria ali, pra poder sair logo do quarto. Bati lá na porta dos meus pais que logo me atenderam, prontos.
Sergio: Ia bater na sua porta agora
Helô: Ai, tô amando essa vida de ser vizinhas de vocês, acho que vou voltar pro Brasil, construindo uma casa lá do lado da de vocês.
Renata: Seria um presente! - ela falou lá de dentro ainda, pegando a bolsa pra gente sair
Sergio: Renata fica logo eufórica, fica iludindo ela mesmo - ri
Helô: Bora, gente, tô com fome e quero voltar logo pra dormir que tá pesado meu cansaço
Renata: Vamos, vamos! - ela saiu lá e meu pai desligou a luz do quarto, fechando a porta 
Sergio: Vamos pro restaurante, né?!
Renata: Vamos sim, quero ver se lá dentro é tão lindo quanto pelo lado de fora.
Helô: E se a comida é tão boa quanto a aparência né, mãe
Sergio: Tá com quantos aí dentro dessa barriga? Porque pra essa fome...
Helô: Eu, você, dois filhos e um cachorro - rimos juntos e fomos lá pro elevador
Renata: Ai meu Deus, essa menina!
Com esse clima tão gostoso de família nós entramos no elevador e chegamos no térreo já saindo, apesar do saguão do hotel estar bem movimentado. Época de janeiro sempre atrai muitos turistas pelo mundo! Não sei porque, mas essa interação de povos e cultura sempre foi algo mágico para mim. Eu acho incrível como pessoas do mesmo mundo podem ser tão diferentes e obter um contato tão próximo, se desejar. A cada lugar que eu vou, me bate a certeza de que eu sou do mundo. Não no sentido pejorativo que esse significado pode aderir, mas sim porque eu sei que carrego um pouco de cada lugar dentro de mim. Essa minha paixão pelo intercâmbio de culturas não é vã e a cada vez que viajo tenho a plena certeza disso. Enfim, chegamos lá no restaurante que era a passos de onde estávamos hospedados e, depois de meu pai conversar com uma das pessoas que nos recebia na entrada ( a vantagem de ter um pai poliglota é resultante no melhor alívio do mundo de não ter que me lembrar como se arranha em francês ) e logo entramos lá, sendo acomodado numa mesa lindinha. O visual do restaurante era realmente incrível! Vimos lá o cardápio para fazermos nossos pedidos e depois daquela dúvida total do que comer, acabamos por fazer nossas escolhas e iniciamos um papo lá enquanto esperávamos. O jantar foi tão espetacular quanto o lugar, isso eu posso dizer. Além de espalhar ainda mais a vibe incrível que estava entre mim e os meus pais. Hora exata para esquecer de todos os problemas e pensar o quanto de coisa boa a vida ainda tinha para mim. Minha mãe ainda era mais engraçada que ficava tentando tirar foto minha e numa dessas tentativas, ela postou real no instagram. Sorte que eu tava com a mão no rosto, porque aquela foi uma das menos piores. Só que quem se preocupava com isso?Só não ficamos mais lá pelo cansaço mesmo da viagem que estava pegando a gente pelo pé. Então, quando foi umas 22:15, nós pagamos nossas contas e voltamos ao hotel, de onde só demos beijinhos mesmo de boa noite e eu me direcionei ao meu quarto. Fui logo tirando minha roupa para poder colocar a minha de dormir, escovei meu dente lá e me deitei na cama pegando meu celular pra ver as boas novas. Respondi primeiro no whatsapp e uma delas era do Neymar, o que me fez achar um pouco estranho e abri pra ver, dando de cara com um vídeo. Juro, tive que rever muitas vezes e respirar mais mil pra conseguir parar de rir sobre como aquele povo canta mal.
" Lolô kkkkkkk
Olha esse som da diretoria
Precisava mandar pra uma amiga sincera da lista
Adivinha quem foi a escolhida? Kkkkkkkk
MEU DEUS NÃO ME DEU A AUDIÇÃO PRA OUVIR ISSO
MEU FILHO, EU TÔ PASSANDO MAL
TÔ RINDO MUITO PERA AÍ
Qual foi kkkkkkkkk
Amou né? Tá emocionada kkkkk
Mano, eu achava que tu cantava mal
Mas esses seus amigos... Tão de parabéns!
Você já é ruim
Gabriel com esse poRRRRRRRta só piora
Zulu até ri da própria desgraça que é cantando
E a cara de sofrência do Bruninho é IMPAGÁVEL hahaha
Mano, como o TH se permite fazer parte desse vídeo?
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tu adorou, já tô ligado
Vamo postar no instagram kkkkk
Posta meu filho
Vai fazer a diversão de muita gente
Eu tô, por exemplo, rindo até agora hahaha
Vai nem apagar isso aí do celular né
Ainda tem o Gabriel, pô
GAROTOOO!!!
Olha isso... hahaha
Meus amigos né
Se tu num conta...
Ah mano, cala a boca que agora é meu amigo também
Só isso.
Se tu diz... kkkkkkkkkk
Olha lá no insta pra tu ser a primeira a curtir
Vai lá que eu vou ficar aguardando os comentários haha"
Sério, no momento o que eu não podia era reclamar de falta de diversão: chegava a estar com a minha barriga doendo de tanto rir daquele vídeo. Apesar de daqueles meninos eu só conhecer o Neymar e o Gabriel, os outros conseguiram me render muitas gargalhadas. E como dizem por aí, não existe nada melhor do que rir. É... eu realmente estava precisando de um dia desses! A viagem tinha futuro totalmente incerto, então, eu estava merecendo um primeiro dia bem assim, pra me dá ainda uma esperança de que isso pode ser sinal de que tudo que passa na minha cabeça vai dar certo. Enfim, antes de poder entrar no sono que eu tava precisada, eu abri lá o instagram e vi que o Neymar teve mesmo a cara de pau de postar aquele vídeo. Curti lá, comentei vários emoji de risada e bloqueei a tela do meu celular pra poder dormir logo.
Helô OFF
Lucas ON
Não sei aonde eu estava com a minha cabeça, mas peguei o meu celular e resolvi colocar pra ouvir Armandinho. Depois de me distrair um pouco com Analua, apesar do som desse cara sempre me lembrar a Heloíza, eu fui obrigado a pensar nela por mais de quatro minutos sem parar: Começou a tocar O que meu pai falou para mim e sinceramente, a cada nota daquela música parecia que ela tinha sido composta agora, por ou para mim. "Eu vim, eu sei que é madrugada, sei que não dá nada bater na tua casa. Eu vim buscar meu violão e o resto da canção que nunca terminou pra mim. Não, não quero conversar, você pode complicar e eu já tomei alguma por aí. Não, não vai adiantar falar como um neném, você já é não mais meu bem. Não vou deixar você me ver chorar, agora eu vou lembrar daquilo tudo que o meu pai falou pra mim. Não vou deixar você me ver sofrer, eu tenho que aprender que todo grande amor acaba sempre assim [...] Isso não é o fim!" e foi naquela hora que eu me vi já com os olhos permitindo que algumas lágrimas caíssem. Embora poucas, aquilo pegou numa parte minha que talvez nunca tenha sido alcançado antes da Heloíza. Eu pensei em cada coisinha que a gente já viveu juntos pelo delinear da música: A gente em Cancún, achando que podia disfarçar alguma coisa, a quantidade de vezes que a gente se pegou crendo que não iríamos de fato nos apegar e a nossa vez em Fortaleza. Talvez, para mim, seja o ponto mais inesquecível da nossa história. Apesar da gente ter namorado tempo de um mês, que se completaria por agora inclusive, teve muita coisa antes, tantas que toda vez que eu pensava em alguma coisa que eu vivi no segundo semestre do ano passado, eu era capaz de enxergá-la em algum cantinho qualquer. De um jeito ou de outro, minha ou ainda que não, ela tava lá me divertindo e me fazendo acreditar que eu podia ser o cara a quebrar aquele gelo. E fui... por pouco tempo, mas tão intenso, que fez a gente ter certeza que até os nossos erros se completavam! Que louco! E olha eu aqui chorando por uma mulher a essa altura do campeonato! Passei a mão no meu rosto, levando até o meu cabelo e tirei aquele som lá pra parar de me perder dentro dos meus próprios pensamentos. Aproveite, então, e fui lá olhar o que tinha de novo no instagram, sendo que eu já contei como o destino é foda comigo, né? Pois então, a primeira foto do meu feed vinha a ser da Rê, sendo que na verdade, só com a Helô nela.  
@reeapollonio Não teria como comemorar 22 anos de casados de jeito melhor: Com o nosso presente único "muito simpática"  e em Paris. Que comece nossas férias  
❤️ 3043 curtiram
porvocehelo que coisa deliciosa vocês em viagem juntos   tia, espero que vocês se divirtam bastante, viu? Fiquem com Deus! Amo vocês.
heloapollonio muito engraçada, Renata  toda minha vida por vocês! 
nanadojohn Helô chamando a mãe pelo nome  
fe_lucco A HELOIZA AINDA ESTÁ USANDO ALIANÇAAAAAAAAAA   
amandaluz Linda de todo o jeito! 
camillarodrigues fora do Brasil, mas o iphone não para hahaha 
mahclara_0 tia rê quase um paparazzi hahaha
torcidahelucas se Helucas tanto acabou como vocês dizem, por que a Helô estaria de aliança ainda hein? 
chulepdolucas essa aliança aí acabando com o sonho de muita hater heinnn pravocelucco e essa aliança hein @heloapollonio @lucaslucco  
passionlucco de aliança e na Europa... quero fotos de helucas nessa viagem  
luizatmedeiros que benção! Família é tudo, divirtam-se. 
Li aquela legenda até rindo do "muito simpática" na legenda porque realmente era bem a definição pra aquele jeito sutil da Heloíza, mas espera aí... Eles estão em PARIS? E o pior (será?) de tudo isso e que chamou a atenção de todo mundo foi: Ela ainda estava usando aliança. A nossa aliança, eu tenho certeza do que eu estou falando. Se eu já tava achando que a loucura tinha me pegado, agora eu tenho certeza. Essa mulher tá me enlouquecendo, em todos os sentidos, inclusive no literal. Ela só pode tá querendo isso estando tão próxima e ainda mantendo o nosso vínculo, de alguma maneira. O que estava acontecendo com a Helô, alguém pode me explicar? As confusões dentro dos meus próprios pensamentos só foram dá uma trégua com a minha mãe entrando lá no quarto, de novo.
Karina: Ai meu filho, essas meninas são muito engraçadas! - ela falou fechando a porta lá e vindo até a direção da cama, onde eu estava - Pera aí, aconteceu alguma coisa? - ela sentou lá me olhando já com o rosto preocupado
Lucas: Nada não, mãe... Continua contando aí das meninas, como foi o clube de muié do cês - fingi um riso, mas tenho certeza que não a convenci
Karina: Não, Lucas, eu sei que aconteceu alguma coisa ainda que cê tente me esconder
Lucas: Mas cê é chata, hein, Karina?! - nós dois acabamos por rir
Karina: E nessa brincadeira aí cê vai achando que me engana - ela passou a mão no meu rosto 
Lucas: Tô falando que não foi nada demais, tava lembrando memo da Helô, aí acabei vendo uma foto dela e tudo piorou, mas coisa que passa
Karina: Eu tinha certeza que era alguma coisa a ver com ela! E olha meu filho, não tente mentir pra si mesmo, tem coisa que não passa..
Lucas: E cê acha que tá me ajudando falando isso, mãe?
Karina: Não e não é pra te ajudar, é um aviso. Cê não para de pensar nela, acaba vendo coisas relacionadas a ela... Aliás, onde cê viu? 
Lucas: No instagram, a Rê postou. Se eu te falar onde eles estão...
Karina: Aonde?
Lucas: Em Paris! Elas duas e o Sérgio, pela legenda lá.
Karina: Mentira, meu filho? E cê sabe que nós vamos para lá amanhã né?!
Lucas: Sei, por isso que eu tô ainda mais pilhado. E quer saber ainda de mais uma? Pera aí - peguei meu celular e entrei lá no instagram da Renata, abrindo na foto - Que que cê vê nisso aí, nessa foto?
Karina: A Helô sempre engraçada - ela soltou um sorriso - Gente, ela tá usando a aliança de vocês, Lucas!
Lucas: Isso memo, mãe, a nossa aliança. Ainda!
Karina: Eu me encanto com certos planos de Deus...
Lucas: Por que, mãe? Tem coisa que eu nem entendo, quem dirá me encantar...
Karina: Lucas, eu vou mandar uma mensagem pra Helô pra falar que a gente vai amanhã lá em Paris, tô sentindo que devo fazer isso. E se meu sexto sentido de mulher não falha, quem dirá o de mãe! - ela levantou para ir procurar o celular dela lá na bolsa
Lucas: O que cê quer dizer com isso?
Karina: A Helô não está por aqui por acaso, cê mesmo sabe disso. Tem muita coisa a ser resolvida! - ela pegou o celular dela lá e parecia tá desbloqueando - E ah, onde tá sua aliança hein? Até ela que é ela tá usando.
Lucas: Não tá no dedo, mas eu trouxe. Aliás, ando com ela pra cima e pra baixo, memo que ninguém veja.
Karina: Bom que amanhã ela esteja a mostra. - não disse mais nada e ela ficou lá digitando, provavelmente a mensagem pra Heloíza. Eu sei que não poderia impedí-la de fazer isso, mas essa percepção da minha mãe me deixou meio de queixo caído. Será que ela quis me dá a entender que a Helô veio pra cá sabendo que poderia me encontrar? É, eu tô um pouco perdido nessa história e nem sei mais se a gente tá falando da mesma orgulhosa que eu conheço tão bem.
Lucas OFF
Renata ON
Quarta feira amanheceu lá em Paris e como não tinha aquele Sol para me acordar, acabei despertando ouvindo o Sérgio conversando no celular lá com alguém. Sentei lá na cama, coçando os meus olhos e chamei a atenção dele, que logo veio até a mim, me fazendo perceber inclusive que o celular onde ele falava era o meu.
Sergio: Pera aí que ela acabou de acordar... Ela vai querer com certeza falar com você ... Então até daqui a pouco hein, eu espero... Beijão, venham com Deus - ele tirou o celular e veio me entregar - Bom dia, Rê! É a Karina, ela vai te contar uma coisa que eu tenho certeza que você vai gostar.
Renata: Bom dia, Serginho! Deixa eu falar com ela - pigarreei um pouco para não ficar com aquela voz de sono e fui atendê-la. - Bom dia, Ká! Tudo bem?
Karina: Bom dia! Te acordei, né, Rê?
Renata: Que isso, nada não, tava na hora de acordar mesmo. Em viagem a gente não pode dormir! - rimos
Karina: Isso é verdade! E respondendo sua pergunta, tô bem sim e você?
Renata: Ah, eu também - pausei - Serginho disse que eu ia gostar do que você iria me falar, o que é?
Karina: Então, eu vi que cês estão em Paris e acredite, eu e o Lucas estamos indo pra aí praticamente agora.
Renata: Mentira? Olha, menina, a gente precisa se encontrar.
Karina: E os nossos filhos também, por isso estou te ligando.
Renata: Isso é verdade e acredito que uma ótima oportunidade. Lucas está por aí? De acordo com isso?
Karina: Não, ele nem sabe que eu estou te ligando. Ele foi no banheiro e também comprar nossas passagens, daí fiquei aqui na estação sentada o esperando. Aproveitei essa brechinha pra gente marcar algo, mas sem eles saberem. As vezes de surpresa, o sentimento fala mais alto que o orgulho nesses dois.
Renata: Olha, eu espero viu? A gente vai agora pela manhã no Pont des Arts e de lá ainda dá pra conhecer o Rio Sena. Pode ser um lugar?
Karina: Tá ótimo, vou convencer o Lucas a ir. Lá a gente consegue se achar fácil né?
Renata: Sim, com certeza. Fica tranquila que vai dá certo, Ká!
Karina: Se Deus quiser! - rimos - Tá bom então, beijos, Rê.
Renata: beijo querida, vem com Deus. - desliguei lá o celular e o Sergio tava me olhando - Karina tá vindo com o Lucas e vai encontrar lá a gente no nosso passeio. De lá pra cá é uma 1h no EuroStar né?! - ele assentiu - Então, aí é bom né, vai que o Lucas e a Helô aproveitam o clima de amor que essa cidade tem?
Sergio: Olha, eu não acho nada certo vocês ficarem se metendo na vida dos dois assim. Você sabe o quanto a Helô odeia que tomem rédea da vida dela!
Renata: Sérgio, a gente não está se metendo, estamos dando uma ajudinha. E não foi a Helô mesmo que veio pra cá pensando que poderia encontrar o Lucas? Então, a ajudinha virou ajudona na verdade.
Sérgio: Eu não tô falando nada, eu até prefiro a Helô com o Lucas do que solta por aí com esse jeitinho dela... Sendo que vocês não podem forçar nada.
Renata: E não vamos! A gente só quer que eles se encontrem, o resto, eles já são grandinhos para decidir.
Sérgio: Se vai ser assim, então tá bom. 
Renata: Agora eu vou ligar lá pro quarto dela, se não ela não acorda nem tão cedo.
Ele concordou e eu disquei o ramal lá do quarto da Helô.
Renata OFF
Helô ON
Meu dia em Paris amanheceu com o telefone lá do quarto tocando e eu acabei acordando um pouquinho no susto, mas logo fui atender e não foi fácil descobrir que era minha mãe. 
Renata: Bonjour, mon amour - ri daquele francês metido dela.
Helô: Bonjour metida! - dessa vez, acabamos por rir juntas
Renata: Liguei pra te acordar, temos um dia inteiro pra passear por essa cidade, filha
Helô: Acordei, pronto! Vamos tomar café juntos, né?
Renata: Claro, quando você tiver pronta, bate aqui no quarto que a gente desce, toma café e sai, pode ser?
Helô: Tá ótimo! Então deixa eu me arrumar aqui.
Renata: Tá bom, Helô, beijos.
Helô: Beijos.
Desliguei lá o celular e fui ver as minhas notificações, encontrando no whatsapp mensagem da Karina de ontem a noite. Fiquei um pouco surpresa, mas nada se compara a mensagem mais inesperada que ela tinha me mandado.
" Oi, minha princesa!
Vi que você está em Paris.
Tão pertinho de nós, sabia?
E quer saber mais?
Amanhã vamos pra aí.
Quem sabe não nos esbarramos?
Até porque tô com saudade de você! 
Bom dia, Ká!
Fiquei tão feliz em receber mensagem sua!
Não sabia que vocês vão vir pra cá hoje..
Olha, quem sabe hein?
Também tô com saudade!
Espero que sim.
Qualquer coisa manda mensagem, pô."
Meu coração acelerou feito louco e quando abri o feed as esperanças brotaram ainda mais: há alguns minutos o Lucas tinha postado uma foto falando que vinha mesmo para Paris. Os comentários estavam enlouquecido, porque todas já sabiam que eu estava aqui. Só que eu mal conseguia prestar atenção neles, porque a minha cabeça estava criando mil e uma situações hipotéticas. Nunca fui dessa de ter tantas expectativas, sempre amei o presente e tratei do futuro como algo indiferente para que não quebrasse a cara com o que tivesse por vir e agora me pego com um sorriso de ponta a ponta, pagando a apaixonada, achando que eu poderia encontrá-los. Isso quer dizer que, na verdade, eu tava ficando louca! Paris era enorme e muito provavelmente a Karina não ia mandar mensagem dizendo onde estava, até porque eu não deixei esse desejo tão explícito assim, então... Ai, chega Heloíza! Joguei esses pensamentos todos para o alto e levantei para começar a me arrumar. Fui até minha mala, peguei minhas peças de roupas que eu queria usar, minha toalha e passei pro banheiro. Me despi, tomei meu banho a ponto de tentar que nele eu encontrasse maneiras melhores de começar o meu dia como ele era digno, e saí já vestindo minhas peças intimas. Passei um hidratante, escovei meu dente, reforcei o coque lá que estava no meu cabelo e passei para o meu quarto de onde vesti aquilo que tinha separado: uma legging preta, um blusão da mesma cor e coloquei um sapato nude para dar mais cor e uma combinada com a bolsa que eu ia usar hoje também. Fui no banheiro com meu estojinho de maquiagem e passei um rímel mais um batom rosa para terminar o up que meu look precisava. Soltei meu cabelo e como a parte da frente dele tava meio amassada, acabei jogando para trás e fazendo um coquinho, tipo nó, do jeito que eu gostava. Separei um casaco rosa para amarrar na bolsa, como ainda não estava tão frio, talvez pelo horário ainda ser cedo e saí lá do quarto pra bater na porta dos meus pais. De novo e pra variar, quem abriu foi o meu pai, mas a minha mãe já veio saindo também.
Sérgio: Bom dia, filha!
Helô: Bom dia, pai! - a gente se abraçou
Renata: Vamos, hoje eu não estou atrasada.
Sérgio: Graças a Deus! - rimos e ele fechou a porta lá, enquanto a gente foi na frente chamando o elevador. Descemos direto para a sala onde servia o café da manhã e lá tinha cada coisa maravilhosa! Fizemos o nosso pratinho e pegamos o que queríamos para beber e sentamos por lá.
Helô: Deixa eu contar pra vocês quem me mandou mensagem ontem a noite, mas eu só vi hoje de manhã.. A Karina! Ela falou que estava vindo para Paris hoje.
Renata: É filha? - ela falou tão sem animação que eu até estranhei. - Marcaram alguma coisa?
Helô: Não, claro que não, mandei um tipo ah quem sabe a gente se esbarra por aí
Sergio: Ás vezes ela manda depois né? Pode dá pra se encontrar - minha mãe olhou pra ele, mas nem falou nada além disso
Helô: É, quem sabe - pausei - Enfim, qual a nossa rotina pra hoje?
Sergio: Temos só até a hora do almoço
Helô: Hora sagrada do dia - rimos
Renata: Vamos pra Pont Des Art, boa sugestão, né?
Helô: Lugar romântico demais, né, Renatinha? Mas tá bom, como é aniversário de casamento de vocês, vou tolerar.
Sergio: Vou lá colocar o meu cadeado com o nome meu e da sua mãe pra poder aguentar mais 22 anos - minha mãe encarou ele e eu ri
Renata: Muito engraçado vocês dois, não sei quem é mais.
Helô: É de família, mon amour
Rimos lá e terminamos nosso café rapidinho para poder irmos começar o nosso passeio. Passamos na recepção do hotel para pedir um táxi por lá, que seria mais fácil, e enquanto ficamos esperando alguns minutos lá, eu e minha mãe aproveitamos para retocar o batom. O taxista chegou, enfim, e meu pai veio nos chamar para que pudéssemos ir. Também não era um ponto tão distante de onde estávamos então conseguimos chegar lá num tempo rápido, pagando e agradecendo a corrida e saindo lá só pra atravessar a rua e chegar na ponte. Tinham alguns casais lá e o lugar era realmente incrível, além de ser em cima do Rio Sena que na minha opinião era um dos lugares mais maravilhosos da Europa. Pedi minha mãe para que batesse foto minha lá, uma de pé e uma outra fingindo que estava colocando um cadeado lá que ficou maravilhosa.
Renata: Pode colocar de verdade, filha
Helô: Ah mãe, capaz que eu vou fazer isso
Sergio: Isso eu acho que você tem que fazer, vou até pegar dois cadeados que eu sei que você vai mudar de ideia
Helô: Tenho nem quem colocar mais
Renata: Ahhhh, tem sim, meu amor!
Helô: Tá, mas se eu não acreditar, não adianta nada.
Renata: Você acredita, eu sei que isso é só pose. E se você quer mudar a situação que tá, tem começar a apelar pra todos os lados.
Helô: Nossa mãe, vou até postar minha foto agora, porque me senti a desesperada - ela riu
Peguei pra editar a foto que eu tanto gostei lá e postei logo com uma legenda, pelo menos na parte da música, bem condizente comigo, como tudo estava sendo.
@heloapollonio Te sinto tão longe, longe, longe, longe, mas te quero perto! Eu sei que tem coisas que eu faço que você não acha certo...   #játivemuitasortenojogo #voumearriscarnoamor #vaiquedácerto #quefiquepertodemimenquantodure #amoremParisachochique 
❤️ 14605 curtiram
vanessacarvalho você é linda em qualquer lugar do mundo   
meumundoLL só eu acho que a Heloíza tá rendendo muito nessas legendas?  forçando uma coisa que não é a cara dela
thalitasobres LUCAS TÁ EM PARISSSSSSSS   
tatagoncalves #amoremParisachochique racho com você, mano  
torcidahelucas escreveu HELUCAS aí que eu sei    
marinagomes seu cabelo tá maravilhoso, meu Deus! 
letlucco_ segura os forninhos que eu tô querendo foto dos dois nessa ponte
isapacheco meu sonho esse lugar, nossa, tô vendo que vou babar nas fotos.
letbelucaslucco já deu certo, meu amor, você e o Lucas.  
princelucco olha isso cara é pra você @lucaslucco
teixeirasu você e o Lucas Lucco em Paris, hmmmmmmmm 
usmilelucaslucco faltou a tag #escrevihelucasmesmo  
reasonlucco foi pensando no Lucas que colocou isso aí né?
50porcentoLL faltou só marcar o lucas na foto né  

Sergio: Aí Helô, o cadeado pra você! - ele jogou um lá na minha mão
Helô: Vocês tão levando fé que eu vou fazer isso?
Renata: Vai sim filha, faz do jeito que quiser, se não quiser, nem precisa rabiscar nada, só pensa.
Helô: Tá, mas ajeita e coloca o de vocês aí primeiro pra eu tirar foto também. Me dá o celular ai! - ela me deu o celular dela e eu bati foto do cadeado, deles fingindo que tava colocando e deles lá mesmo. - Agora toma aí que eu só vou colocar aqui na ponte o meu.
Sergio: Aeeeee, viu?
Helô: Mas vou pensar em mim, tá? Pra dar vida longa ao meu amor próprio! - eles riram
Mas também não responderam mais nada. Ajoelhei ali e fui botar meu cadeado no meio a tantos aqueles que tinham variadas formas de expressão de amor. Não sei porque, mas veio na minha cabeça a quantidade de casamentos que já foram firmados ali em cima, como os dos meus pais ou quantos já começaram ali. Quantas pessoas passaram na esperança de encontrar a pessoa amada, de reforçar seus sentimentos ou simplesmente expressar o seu desejo de estar ao lado de quem se adora por quanto tempo desse. Eu, que nunca fui tão fã do amor assim, me vi diante aquele cadeado que eu colocava na ponte e pensativa na pessoa que pôde ter chegado perto de me fazer sentir algo como o amor: o Lucas. Era inevitável, eu não podia não pensar nele! Todo o meu corpo tinha consciência de que, se eu tivesse que colocar aquele cadeado no meu nome mais o de alguém, seria o dele. Eu, ele, dois passarinhos. Nossa colocação mais que perfeita pra expressar que, embora a gente soubesse que não tava bom separados, nós dois já tínhamos noção de que fomos feitos para voar. Afinal, que passarinho gostava de gaiola? E pensando em toda essa quantidade de coisas que ele soube despertar em mim, inclusive com o próprio som dele, me veio na cabeça uma breve parte de Destino: Não foi amor e o que faltou? Foi o que então? Não me pergunte não.... e parei quando me vi estática com uma sombra cobrindo o pouco de Sol que batia na ponte. Espera, tô tão foda a ponto de teletransportar pessoas do meu pensamento para a realidade? 

Meninas, começo pedindo desculpas por esse capítulo que não está tão bom e tão grande como vocês merecem, mas deixo aqui a promessa de fazer um incrivelmente bom para o próximo, pra dá uma compensada. Muito obrigada, mais uma vez pelos comentários de vocês no último capítulo! Me divirto muito e adoro ler cada palavrinha de vocês. E ah, fui super surpreendida em ver que vocês gostaram de ver Helô e Medina juntos, sabiam? Inclusive tem gente que ainda quer que eles se peguem real, REAL, mas isso é coisa pra se pensar mais pra frente. No momento, foco em Paris! Como diz Helô, #amoremParisachochique haha beijoss

Indicação de blog de uma super querida que começou com uma nova história agora: https://calcasquadradasdollfanfic.wordpress.com/ acompanhem que a ideia é genial! Sucesso, Ingrid!!