Capítulo 90 - Parte II

Quando já estava quase terminando, a contração apareceu novamente e isso me assustou um pouco, confesso. Elas costumam ser bem espaçadas e dessa vez ocorreu em sequência. Tirei todo o sabonete do meu corpo, mas parecia que algo mais denso que a água estava pelas minhas pernas. Decidi fechar o chuveiro para vê se não era só paranoia minha e aí tive a surpresa: Minha bolsa estourou! O líquido mais denso era exatamente aquela aguaceira que estava saindo de mim. Liguei de novo o chuveiro, tentando manter a calma, até porque sabia muito bem como o Lucas ficaria ao saber disso e quando peguei a toalha para me secar, sabia que deveria chamá-lo. Gritei lá de dentro do banheiro por ele umas duas vezes e coisa de um minuto depois, vi a porta de lá se abrir.
Lucas: Fala, Helô... - ele dizia segurando a maçaneta e com a cabeça só dentro do cômodo
Helô: Não se desespera, pelo amor de Deus, mas a minha bolsa estourou... -falei observando a reação dele e nunca tinha visto aqueles músculos de sua face ficar tão tensos. Ele soltou a maçaneta, abrindo mais a porta, com os olhos arregalados e se aproximou de mim
Lucas: MEU DEUS! - sua voz tava trêmula e eu confesso que tava me dando até um pouquinho de vontade de rir
Helô: Você ouviu que não é pra se desesperar? Não tô sentindo nada, fica tranquilo... Só pega o celular lá pra gente ligar pra doutora Roberta

Lucas: Eu não vou conseguir nem fazer isso, pera aí que acho que tô tonto - ele sentou na privada, que estava com a tampa fechada e eu acabei soltando um risinho, juro que não consegui conter.

Helô: Lucas, olha pra mim - disse colocando a toalha pendurada e indo até ele - Eu tô muito nervosa, até porque quem vai parir sou eu, só que eu preciso contar com você! - segurei uma das mãos dele - Eu não posso chamar mais ninguém, porque eu tô pelada e eu não faço a mínima ideia do que a gente tem que fazer. Pega o celular, pelo menos, que eu ligo pra doutora enquanto você está aí se acalmando.

Lucas: Não, não, cê pode contar comigo, eu tô aqui com cê - ele levantou, ainda segurando a minha mão e completamente ofegante - Que que cê quer? O celular, né? Vou pegar, pera aí - saiu tudo meio gaguejado, mas ele foi saindo lá do banheiro e eu fiquei ainda com um sorriso no rosto diante aquele nervosismo descomunal dele. Juro que eu esperava que ele fosse ficar bem pior do que eu, mas tá demais a ponto de ser realmente cômico - Pronto, pronto, tá aqui! - ele me entregou o celular e voltou a sentar onde estava - Não, pera aí, cê num quer sentar não? - ele se levantou logo em seguida

Helô: Criatura, senta aí, pode ficar... Deixa eu ligar pra doutora Roberta primeiro - falei caçando número dela lá na agenda e achando logo para fazer a chamada. O Lucas ficou segurando uma das minhas mão, enquanto eu esperava que ela me atendesse, o que graças a Deus não demorou muito - Boa tarde, doutora! Aqui é a Helô, filha da Renata...

Dra. Roberta: Oi querida! Como você está?

Helô: Então... Minha bolsa estourou e tô é sem noção nenhuma do que devo fazer!

Dra. Roberta: Primeiro, vamos manter a calma, isso é fundamental, principalmente para o momento do seu parto. Tem quanto tempo que isso aconteceu?

Helô: Sei lá, uns cinco a dez minutos, no máximo. Estava tomando banho e percebi que ela tinha estourado. Não tive tempo ainda nem de me vestir, nem de sair do banheiro!

Dra. Roberta: Ah, então você pode ficar bem tranquila, porque foi como a gente já vem conversando, podem demorar até horas pra você, realmente, entrar em trabalho de parto. O que acontece, hoje eu não estou de plantão, mas já vou me arrumar e seguir lá para o hospital, pressa essa que não precisa pra você. Como tem muito pouco tempo que a sua bolsa estourou, eu aconselho que você ligue para a sua doula e peça que ela te passe alguma coisa para estimular a bacia, na tentativa de dar uma acelerada nesse processo. Você tá sentindo alguma coisa?

Helô: Minha lombar tá começando a doer, mas não é nada muito forte...

Dra. Roberta: E as contrações?

Helô: Aconteceram num espaço de tempo muito curto quando a bolsa estourou, mas não voltei a sentí-las ainda não.

Dra. Roberta: Mais um sinal que você ainda está longe de entrar, realmente, em trabalho de parto. Quem é a sua doula? É a Natália, né?

Helô: Sim, sim! É pra ligar pra ela agora, né?

Dra. Roberta: Isso! Mais maravilhoso ainda é que hoje é dia dela lá no hospital, então caso aconteça alguma coisa e seu corpo acelere esse processo, quando você chegar lá, pelo menos ela estará. Mas é quase certeza que quando você for, eu já estarei a sua espera.

Helô: Tudo bem! Vou ligar pra ela então! 

Dra. Roberta: Quando as contrações começarem a aparecer bem seguida uma da outra ou então com muita força, aí sim você vem pra cá que, mesmo que ainda não esteja em trabalho de parto, é importante checar, ok?

Helô: Beleza, doutora, muito obrigada, viu?

Dra. Roberta: De nada, só te peço que continue calma desse jeito e qualquer coisinha, me ligue, por favor - assenti e encerrei a chamada ali, nem olhando para o Lucas pra poder procurar o número da doula.

Lucas: Que que ela falou? Você disse que tá com dor na lombar, o que tá acontecendo?

Helô: Exatamente nada! Ela disse que eu ainda não estou em trabalho de parto e isso pode demorar até horas. Agora vou ligar pra Natália pra saber se eu posso fazer alguma coisa que acelere ou prepare o meu corpo da melhor forma - falei já colocando o celular no meu ouvido. O Lucas continuou quieto, segurando a minha mão com certa força e atento a tudo o que eu estava fazendo. Mais uma vez com a graça de Deus, ainda que em plantão, a Natália não demorou nada para me atender.

Natália: Alô?

Helô: Oi, Natália, é a Heloíza Apollônio.

Natália: Oi linda, tô com seu número aqui... E aí, como está?

Helô: Agora um pouco mais tranquila, depois de falar com a doutora Roberta, mas com a bolsa estourada.

Natália: Está falando sério? Olha só, Heloíza, é disso mesmo que você precisa... Muita calma! O que a doutora falou pra você?

Helô: Como a bolsa estourou tem muito pouco tempo, pode ser que eu demore horas para entrar, realmente, em trabalho de parto, então, que eu precisava ficar tranquila e falar com você para vê se precisava seguir alguma recomendação.

Natália: Você sente dores?

Helô: Na lombar só...

Natália: E as contrações tão fracas ou espaçadas?

Helô: Tão, tão sim...

Natália: Então considere como certo que vai demorar! Você está em casa?

Helô: Sim! Tô no banheiro, tava tomando banho quando aconteceu.

Natália: Ótimo! Coloque uma roupa bem folgadinha e dê uma caminhada em seu quarteirão. Caminhada, Heloíza! Sem acelerar muito o ritmo e acompanhada, porque é bom ter alguém atento com você a qualquer momento. Isso vai ajudar na preparação da sua bacia para o parto e pode ser que dê uma adiantada para o seu corpo entender que já pode entrar em trabalho de parto. Entendeu?

Helô: Entendi sim! Vou fazer isso...

Natália: E qualquer coisinha anormal ou muito intensa, você venha aqui para o hospital. Já estou aqui e pronta para recebê-la.

Helô: Tudo bem, obrigada, Natália!

Natália: Nada... Fica com Deus! - nos despedimos e eu logo desliguei o celular, deixando o aparelho sobre a bancada da pia.

Helô: Olha só - falei virando pro Lucas - As duas disseram a mesma coisa, que eu ainda vou demorar a entrar em trabalho de parto. Vai lá falar com os nossos pais e o Leandro que eu vou colocar uma roupa e daqui a pouco eu desço.

Lucas: E você vai descer sozinha?

Helô: Lucas, eu tô bem! Qualquer coisa eu grito, fica tranquilo - ele levantou e eu selei nossos lábios - Vai lá falar com eles.

Ele saiu lá do banheiro e do quarto ainda meio inseguro, mas eu passei pro closet com bastante firmeza para tentar fazê-lo entender que eu, realmente, estava bem, ainda que, apesar de toda a parte psicológica que eu trabalhei, estar um pouco nervosa pensando no momento de colocar a Olívia para fora. Aos sete meses, quando soube que estava tudo bem com a minha saúde e com a da bebê, a doutora Roberta disse que eu tinha a opção de escolher qual tipo de parto gostaria de ter. Pela saúde, praticamente, 100% de ambas, o mais indicado seria o parto normal e eu já tinha na minha cabeça que o queria mesmo, em função de odiar essa ideia de programar para a criança nascer. Não tinha nada contra quem fazia e entendia que muita gente tinha necessidade de realizá-lo, mas no meu caso, eu via como algo muito comercial e não queria de jeito nenhum. Então, em primeiro momento, foi por essa via que optei, mas no mesmo dia, quando cheguei em casa e pesquisei a respeito do relato de grávidas que pariram de forma natural, eu descobri o parto humanizado. Achei, simplesmente, a coisa mais linda do mundo! Conseguia ser, na minha concepção, ainda melhor do que o normal. Única coisa que me deixava mais receosa era o fato de a maioria que vi ter sido feito em casa e isso me assustava um pouco apenas pelo bem estar da minha filha. Como em qualquer processo, havia um risco e eu queria ter um grande suporte para a minha bebê, caso acontecesse alguma coisa. Então, acabei voltando a doutora Roberta naquela mesma semana, num espaço que ela teve de folga, para que pudessemos conversar sobre isso. Ela me apresentou a possibilidade de fazer um parto humanizado hospitalar, algo que não era realizado em muitos hospitais, mas com o aval de Deus, onde ela faz plantão é e assim eu decidi de imediato. Teria o meu parto assim! Todo mundo na nossa família me atestou de louca, é óbvio, mas eu bati o meu pé e não arredei. Vou colocar a minha filha no mundo da forma mais natural possível. Então, nesses últimos tempos li muito diversas recomendações de livros e matérias vindos da minha doula, a Natália, que é quem tem conversado comigo a todo tempo, me dado diversas dicas sobre o grande momento e quem também vai estar me acompanhando, incentivando e me ajudando em tudo na hora do parto. Então, mais uma vez, lá ia eu seguir as instruções dela e colocar uma roupa bem folgada para poder dá uma caminhadinha afim de fazer com que a Olívia chegue logo para nós.

Helô OFF

Lucas ON

SIM! A bolsa da Heloíza estourou e eu estou completamente perdido. Não sei o que sentir, o que fazer, como vou assimilar essa situação. Incrivelmente, ela conseguiu me passar mais calma do que no sentido inverso, como deveria ter sido, e depois de fazer todos os contatos que era o recomendado, saí do quarto para avisar nossa família. Estava preocupada em deixá-la sozinha, mas ela me afirmou que estava tudo bem e realmente não parecia estar sentindo algo muito devastador. Dizem que a dor do parto é uma loucura de tão forte e isso me tranquilizava para acreditar que ela não estava me escondendo nada. Minha cabeça estava latejando e o coração dilacerado só de pensar que ainda hoje eu teria minha filha em meus braços. Não consigo descrever qual é a emoção que isso causa no meu corpo. Teria que ser o mais racional possível e por mais difícil que isso fosse, eu entrei lá no primeiro quarto de hóspedes, onde estava o Leandro estava ficando e lá estava ele, deitado, todo despojado e mexendo no celular.

Lucas: Zoca do Céu - entrei o quarto e aquele papo de razão já tinha ido embora só de lembrar a notícia que eu tinha que dar

Leandro: Que que foi, mano? - falou franzindo a testa, se sentando na cama

Lucas: A bolsa da Helô!! Estourou!! 

Leandro: Mentira? - ele disse com a cara mais assutada que eu já vi - Ai meu Deus, que que tem que fazer? - disse se levantando e procurando o chinelo para calçar

Lucas: Ela ligou pra doutora e pra doula lá, elas disseram que ela ainda deve demorar pra entrar em trabalho de parto, mas eu tô desesperado

Leandro: Calma, porque a gente é que não pode ficar nervoso pra não deixar ela assim. Já falou com o pai, com a mãe...

Lucas: ... Com ninguém ainda! Cadê eles?

Leandro: Meus pais e o Serjão ficaram lá embaixo, mas a Rê veio aqui pra cima, não sei se ela dormiu

Lucas: Vamos vê se ela ainda tá aqui e aí a gente desce - assenti com o que ele disse e a gente foi saindo lá do quarto juntos, indo até onde a Renata e o Sérgio estavam costumando dormir e quando abrimos a porta, vimos que só ela estava lá, cochilando - Cê acha melhor acordar ela? - falei ainda da porta, um pouco mais baixo

Leandro: Ela é a principal peça disso, Lucas! Se tem uma pessoa que a Helô vai precisar, essa pessoa é ela... Não tem jeito! Vamos chamar com jeitinho.

Eu sabia que o Zoca estava mais que certo, então, tomei coragem para ir acordá-la. Ele entrou no quarto comigo, mas ficou esperando mais perto da porta, enquanto eu fui me abaixar lá perto da cama e acarinhei o braço dela.

Lucas: Rê... - falei  chamando ela que, não sei se quando a pessoa vira mãe fica com o sono bem mais leve, logo abriu os olhos a despertar.

Renata: Lucas? Quê quê houve? - disse coçando os olhos e se espreguiçando, afim de se ajeitar na cama, enquanto eu deixava o meu corpo em posição normal.

Lucas: A bolsa da Helô estourou...

Renata: Ah, vocês me acordaram pra brincar comigo de novo? - falou arrumando o cabelo e se sentando na cama, conseguindo agora vê que o Leandro também estava lá.

Lucas: Pior que dessa vez eu não tô brincando - soltei um risinho, conseguindo aliviar por poucos segundos aquela tensão lembrando de quando zoamos a Renata lá em Dubai.

Leandro: Tô aqui como testemunha, Rê... Agora tá na hora memo!

Renata: Ai meu Deus do Céu! - ela se levantou tão rápido que chegou até a me assustar - Cadê ela? Como ela tá?

Lucas: Ela não tá sentindo dor não, tá colocando uma roupa e vai descer... Eu vou lá embaixo falar com os meus pais e o Sérgio.

Renata: Vão então, que eu vou lá no quarto vê como ela está... - ela estava com a voz bem nervosa, mas tentava manter a expressão de seriedade, afim de fazer exatamente o que todo mundo queria: não deixar a Helô agitada. A questão é que me parecia que todo mundo estava desesperado e a única calma era ela mesmo. A Renata acabou entrando lá no nosso quarto, enquanto eu e o Leandro fomos descendo e encontrando nossos pais e o Sérgio na sala de estar.

Lucas: Gente, presta atenção - disse fazendo todos se desconectarem da televisão e do assunto que os rondava e se virar pra mim e pro Leandro que ainda tava descendo - A bolsa da Helô estourou!

Karina: Cê tá falando sério? Filho!!! 

Paulim: E cadê ela?

Sérgio: Ela tá sentindo dor?

Lucas: Não, ela tá bem, tá mais calma que todo mundo, a propósito... Principalmente que eu! - falei me sentando lá na poltrona - A Rê foi lá no quarto e elas devem tá descendo.

Paulim: Calma, cê tem que ficar tranquilo pra ela continuar calma também.

Leandro: É isso que eu tô falando - disse parando atrás da poltrona e pousando as mãos na altura dos meus ombros

Karina: E se ela não tá sentindo dor, não tem muito com o quê se preocupar, por enquanto.

Lucas: É, acho que foi isso que a doutora disse pra ela, porque ela tava falando que ia demorar pra entrar memo em trabalho de parto... - ouvimos uns barulhos na escada e nos viramos pra vê, sabendo que era a Helô com a Renata descendo.

Sérgio: Como você tá, filha? - disse se levantando lá do sofá.

Helô: Eu tô bem, gente... Com a bolsa arrebentada, mas bem - o Sérgio riu e o pessoal acabou não aguentando

Sérgio: Essa resposta tão a sua cara me dá certeza que por enquanto tá tudo bem mesmo - ela soltou um risinho

Helô: Então, não sei se o Lucas falou pra vocês, mas eu liguei tanto pra doutora quanto pra doula, e as duas compartilharam da opinião que meu corpo vai demorar a entrar em trabalho de parto. A única coisa que posso fazer é buscar maneiras de dá uma acelerada nesse processo e a gente esperar! Então, a Natália recomendou que eu fizesse uma caminhada leve aqui pelo quarteirão memo, só andar um pouquinho pra vê se a bacia se expande e vai se preparando pro momento.

Lucas: Como assim caminhada? E se cê passar mal? E se essas contrações aumentarem aí?

Helô: É, isso provavelmente não vai acontecer, é mais pro meu corpo do que pras contrações em si, mas ela recomendou que eu fosse com alguém de companhia...

Leandro: Eu vou com cê, Helô! 

Lucas: Eu não tô acreditando que cê vai andar na rua sabendo que a qualquer momento nossa filha vai nascer - falei me levantando, ficando ainda mais tenso com toda aquela situação.

Helô: Foi indicação médica, Lucas! Não adianta você ficar nervoso desse jeito!

Karina: Não adianta ninguém ficar nervoso - ela foi enfática nos interrompendo - Deixa o Leandro ir com ela e cê fica aqui pra gente separar as coisas que vamos ter que levantar pro hospital quando for a hora... Tem documento, tem bolsa pra arrumar, o que não vai faltar é coisa pra fazer aqui!

Renata: É isso aí, ótima ideia! Lucas ajuda a achar os documentos que tem que levar, enquanto a gente vai arrumando a bolsinha dela.

Helô: Você sabe qual é a roupinha, né? - ela virou pra Rê que concordou com a cabeça - A bolsa tá lá em cima da poltrona do quarto dela e as roupinhas na cômoda! Qualquer coisa você deixa pra eu vê quando voltar.

Renata: Pode ficar tranquila, vai fazer a sua caminhada descansada e relaxada, porque é assim que o seu corpo precisa ficar.

Sérgio: Quer que eu vá com vocês?

Leandro: Você que sabe, Serjão!

Karina: Fica pra nos ajudar também, tem bastante coisa pra fazer e o Lucas nessa pilha já viu... 

Paulim: Qualquer coisa cê liga hein, Leandro?

Leandro: Pode deixar... Vamos Helô? - ela assentiu, passando por mim só a me olhar e seguindo com o Leandro lá para a porta. Eles foram saindo do apartamento e nós teríamos que começar a nos agitar para ajeitar tudo o que precisava.

Lucas OFF

Helô ON

Com todo mundo já sabendo, ajudando até a arrumar todas as coisas que levaríamos para o hospital, eu consegui fazer minha caminhada com o Leandro bem tranquila. Fomos conversando sobre um assunto aleatório (ele era a melhor pessoa pra lançar uns assuntos assim nada a ver com nada!) e isso foi ótimo pra me relaxar, abstrair um pouco daquela pressão do que estaria por vir. Única coisa que não me fazia esquecer que a qualquer momento eu iria parir eram as contrações, mas até mesmo elas se mantinham fracas e espaçadas. Fizemos a volta no quarteirão em um pouco mais de dez minutos e quando entramos lá em casa novamente, a bolsa da Olívia já estava sobre o sofá e aquela casa estava movimentada como nunca antes. 

Karina: Voltaram, voltaram! - pausou nos olhando, enquanto o Leandro fechava a porta - Como cê tá?

Helô: Bem do mesmo jeitinho...

Renata: Deita aqui um pouquinho no sofá, descansa agora um pouco as costas também..

Helô: Vou fazer isso sim - disse me livrando dos sapatos e indo até o sofá, me deitar naquele que estava vago - Vocês avisaram a alguém?

Renata: Não, não, só a Vivian que sabe, né?!

Helô: Ah tá... Vou mandar uma mensagem pra Isabella, cadê meu celular?

Leandro: Deve tá lá em cima né, Helô?!

Renata: Manda do meu mesmo, Helô, menos trabalho - falou me entregando o celular dela e no tempo que catava o número da Isabella lá, ouvi passos na escada e era o Lucas descendo com os documentos que a gente precisaria levar pro hospital. Ele entregou lá pra minha mãe e pra Karina, ajeitarem na bolsa e eu não desfoquei da tela para não adiar aquilo ali.

"Isa, é a Helô. Sei que esse não é o jeito mais certo de dar essa notícia, mas como você mesma diz que comigo nada é normal, pronto: Minha bolsa estourouuuuu!!! Mas eu tô bem, por enquanto. Só se ajeita aí que daqui a pouco a Olívia está aqui conosco e eu quero você lá no hospital o mais rápido que conseguir. A gente te espera, dinda!!! Qualquer coisa liga pra minha mãe!"

Ela estava há um tempinho sem olhar o whatsapp, então eu bloqueei a tela e fui obrigada a levar minha atenção até o Lucas que estava se sentando na mesinha de centro lá da sala de estar.

Helô: Você vai quebrar isso aí.

Lucas: Cê vai ser chata até na hora da Olívia nascer? - falou levantando e sentando na beirinha que tinha no sofá.

Helô: Você que deveria tá sendo qualquer outra coisa, menos me perturbando.

Lucas: Doidinha, na verdade, eu tô muito perturbado, isso sim - falou colocando uma de suas mãos sobre a minha - Tô muito nervoso, se fosse eu que tivesse que parir, não ia aguentar não.

Helô: Fica calmo, porque eu preciso de você, é sério, cara! - pausei respirando fundo - Tá tudo arrumado já?

Lucas: Tá sim, só esperar essa princesinha querer chegar... 

Helô: Então espera aqui comigo - segurei, com um pouco mais de força, na mão dele e a gente acabou ficando em silêncio, ouvindo como dava os assuntos que rolavam lá em casa até a hora que acabou todo mundo sentando lá na sala com a gente. 

Não consegui contabilizar quanto tempo eu fiquei esperando para que aquelas contrações mudassem de forma, mas muito provavelmente foram quase por uma hora para que sentisse uma dor mais intensa. Apertei com mais firmeza a mão do Lucas e ele me encarou, levantando a sobrancelha.

Lucas: Que que tá acontecendo?

Helô: Tá doendo... - falei me contorcendo levemente no sofá.

Lucas: Quer ir pro hospital?

Helô: Ai, eu acho que é melhor! - tentei esticar o máximo da minha coluna e senti uma outra contração logo em seguida, comprimindo os meus lábios.

Lucas: Então vamos! - ele soltou minha mão rapidamente e se levantou, depois me ajudando a fazer o mesmo para ficar de pé.

Renata: A gente vai ter que ir em dois carros, né?

Helô: Mãe, vai no memo que eu!

Lucas: Então vamos com a gente, Rê! 

Karina: Deixa que a bolsa vai com a gente! - falou se levantando e pegando a bolsa que estava lá na sala de estar.

Helô: Lê, vai com a gente também? Aí meu pai leva a Karina e o Paulim... Acho que desse povo tudo que vai no carro comigo, só tu vai conseguir me deixar calma, se precisar.

Lucas: Obrigado pela parte que me toca - acabamos rindo, enquanto a minha mãe pegava a chave do carro dele que estava lá sobre o rack

Sérgio: A minha chave tá aqui comigo também, então vamos embora desse jeito aí mesmo! O importante é chegar todo mundo lá no hospital!

Helô: Isso, então vamos!

Vivian: Helô - ela disse parada na passagem entre a sala de estar e a cozinha - Boa hora, minha querida! Tô aqui em oração, já deu tudo certo! - falou levantando os braços me fazendo sorrir largamente

Helô: Ai vem cá me dá um abraço, por favor! - ela sorriu e deu uma corridinha leve até mim, para me dá o gesto que eu havia pedido.

Vivian: Força que você consegue! Estou esperando você voltar pra essa casa com a princesinha nos braços.

Helô: Amém! - sorri já querendo me emocionar a essa altura do dia, trocamos beijinhos na bochecha e enfim, saímos rumo a garagem. Era hora de ir para o hospital! Só naquele curto espaço até chegarmos ao carro eu tinha tido três contrações que chegaram a fazer minha perna estremecer. Agora eu confesso que estava ficando um pouco nervosa! O Leandro foi dirigindo, minha mãe foi no banco de carona e eu e o Lucas fomos no banco de trás, com ele sempre segurando a minha mão. Demos partida e há uns dois quarteirões do nosso prédio, as contrações que já estavam acontecendo em um espaço muito curto, começaram a ficar muito forte. A cada hora parecia que estava diminuindo mais o tempo de distância entre uma e outra e a intensidade estava ficando incontrolável. Segurava tão forte a mão do Lucas e comprimia tanto os músculos do meu rosto que começava a assustar não só a ele, como todo mundo que estava no carro. O Leandro tentava ir o mais rápido que podia, mas aquele trânsito de São Paulo era uma coisa que nunca deixava ninguém fazer nada em paz! E bom, paz era uma coisa que tava me faltando nesse momento, porque eu mais parecia que ia explodir. Minha barriga estava completamente dura, minha pele começava a ficar vermelha e o suor estava tentando aparecer em locais como o meu rosto e na própria barriga. 

Helô: Gente, isso tá me arrebentando por dentro - falei apertando mais uma vez a mão do Lucas, ao sentir outra contração - Onde eu tava com a porra da minha cabeça em achar que eu ia aguentar colocar essa garota pra fora sem anestesia? - falava com tanta dor que a minha voz saía alta, porém fraca e as lágrimas caiam do meu rosto quase que num ato desesperador.

Lucas: Calma, doidinha, calma!

Leandro: A gente já tá chegando, aguenta firme, aguenta.

Renata: Expira e inspira, vai filha, vem com a mãe! - ela fazia o gesto, mas eu me contorcia tanto naquele banco de trás que não conseguia nem observar - Faz Helô, força, força! - tentei controlar minha respiração, mas isso só foi suficiente até chegar mais uma daquelas arrebatadoras

Helô: Gente, não tá dando - falei levantando um pouco do meu corpo e não conseguindo soltar as mãos do Lucas - Se isso for só o trabalho de parto, eu não vou aguentar

Renata: Para de falar besteira, você vai!

Lucas: E eu vou tá lá com cê, eu vou tá lá! - ele dizia tentando manter a voz firme, mas o pouco que eu conseguia ver dos seus olhos, via o desespero em seu olhar. Fui, praticamente urrando de dor o caminho inteiro e aquela dor era algo incomparável. Ainda mais pra mim que sempre fui acostumada a nem cólica sentir durante a menstruação! Nunca vou conseguir descrever o pânico que ronda no meu corpo nesse exato momento. Assim que o Leandro estacionou na frente do hospital, minha mãe saiu com pressa e o Lucas veio comigo, me segurando pelos braços com certa força e assim que me localizei na emergência, eles entenderam a urgência das minhas dores, prontificando uma cadeira de rodas para que eu pudesse ser encaminhada até a sala de pré-parto. Não queria pensar que eu realmente estava entrando num hospital de cadeira de rodas, mas eu não iria conseguir ficar em pé com todas aquelas dores mesmo. Os meus músculos pareciam estar totalmente duros, exatamente como a minha barriga. O Lucas ficou na recepção para dar entrada com todos os documentos em mãos e quando eu cheguei na sala, ainda sozinha, fui colocada na maca literalmente chorando de dor. A doutora Roberta estava lá, assim como a Natália, que me pedia muita calma e veio trazer um pouco d'água para mim. Quando a doutora conseguiu fazer um exame rapidinho em mim e percebeu que o coração da Olívia batia valentemente, não sei que corrente elétrica foi aquela que passou por dentro do meu corpo que conseguiu me dá uma acalmada. Minha filha estava lutando bravamente para sair de lá e eu não poderia deixá-la na mão. Precisava guerrear desse lado aqui por ela também! Com o cardiotocografia realizada e o Lucas conseguindo entrar lá na sala, eu tentei controlar minha respiração para suportar o que estava por vir. A doutora Roberta autorizou, uns dez minutos depois, o exame de toque e a expressão da enfermeira ao fazê-lo me deixou até respirar aliviada: A dilatação estava total! Fui encaminhada para a sala de parto, separada do Lucas mais uma vez, porque ele teve que ficar colocando aquela roupinha maravilhosa de hospital e a gente ainda conseguiu que a minha mãe também pudesse entrar para ficar comigo. A tranquilidade havia sido instantânea e lá estava eu gritando de dor novamente. A doutora Roberta preparou a banheira para mim e me colocou lá, com a ajuda da doula. Meu Deus! Esse foi o maior alívio que eu já senti em toda a minha vida! Aquelas luzes baixas, uma música ambiente e o suporte do Lucas ali do meu lado agora sim faziam toda diferença. A Natália recomendou que eu ficasse, praticamente, de quatro e eu nunca pensei que aquela posição pudesse ser tão tranquilizante. Meus músculos haviam se relaxado por inteiros e eu adquiria minha mobilidade novamente. A moça que iria fotografar o parto havia chegado também e agora estava tudo a mercê da Olívia chegar, além de contar com todo o meu esforço, é claro! Toda a equipe que estava ali para me atender conversava baixo, tentando prezar pela minha paciência e o Lucas foi para o outro lado da banheira, me incentivando emocionalmente e fisicamente, até me segurando quando as contrações eram mais intensas e a Natália ficou massageando as minhas costas, passando um óleo que aliviava muito as dores. Fiquei assim por longos minutos até o meu corpo se arrepiar por inteiro e eu entrei, praticamente, em estado de trânsito.

Helô: Eu tô sentindo a minha filha - falei com a voz mais trêmula impossível e senti o Lucas apertar minha mão com mais força

Natália: Fica calma que chegou a hora! 

Dra. Roberta: Vamos mudar essa posição para que você sinta o menos de dor possível - ela disse se aproximando da banheira, me colocando praticamente sentada na mesma e os meus olhos caçavam os da minha mãe que, embora já completamente emocionados, expressavam a maior fortaleza que eu precisava naquele momento - Agora vai, Helô! É a sua hora! Vamos lutar pro essa menina! - as contrações continuavam muito intensas e eu tentava me manter o mais segura possível, fazendo uma leve força sobre os meus quadris, como a Natália havia me instruído.

Helô: Filha... A gente tá juntas nessa... - decidi começar a conversar com ela, principalmente no intervalo das contrações e enquanto expirava e inspirava da forma mais calma que conseguia aquele ar - Você pode vir, Olívia, tem muita gente aqui te esperando...

Natália: Vem, Olívia... O corpo da sua mamãe está se abrindo naturalmente pra você - falava com a cabeça bem abaixada, próximo ao meu colo e a doutora Renata pôs suas mãos para vê se conseguia sentí-la.

Dra. Roberta: Ela já tá muito próxima... No máximo uns quatro centímetros só para dentro. Dá para sentir os seus cabelos! - a emoção tomou completamente conta do meu ser e pela respiração do Lucas, eu conseguia perceber que ele já chorava, exatamente como a minha mãe - Peguem o espelho, peguem o espelho! - falou fazendo referência ao objeto que estava sobre uma das mesas e um enfermeiro atendeu seu pedido. Ela posicionou de uma maneira que eu pudesse vê da forma mais linda o momento da saída da minha filha - Agora é com você, Helô!

Natália: Lembra do que eu te falei, força nesse quadril! - tentei realizar todos os movimentos que eu já tinha aprendido com ela e pude ouvir pela primeira vez a voz do Lucas ali.

Lucas: Vai doidinha, olha lá, falta muito pouco pra termos nossa Olívia no colo! - falou entrelaçando nossos dedos, com a voz toda embargada, mas eu nem conseguia olhá-lo. Só recebi aquelas palavras com serenidade e fiz uma das maiores forças que já fiz na vida. Uma não; a maior. Tinha que colocar intensidade naquele momento e era a hora! Minha filha precisava daquilo para vir ao mundo e eu não hesitaria em negar o meu máximo a ela. Tenho certeza que fui ao meu limite! Busquei algo na profundeza do meu ser que nem eu mesma sabia que existia. Mas a Olívia veio com esse intuito: Me fazer descobrir coisas em mim que eu achava ser inexistente ou impossível para a pessoa que eu costumava ser. Ela me transformou na melhor pessoa que eu poderia ser e eu devia isso a ela. Nenhuma daquela força que eu fazia seria capaz de ser do tamanho do quanto eu gostaria de recompensá-la por todas as maravilhas que a sua existência fez na minha vida. Mais uma vez, através dela, senti algo completamente inédito: Quando percebi e vi através do espelho que ela estava coroando, eu senti a maior emoção da minha vida. Nem um, nem cem, nem mil dicionários têm palavras capazes de descrever esse momento. Minha filha viria para mim e ao perceber isso, minha vontade de vê-la e tê-la comigo só aumentava. Natália continuou a me incentivar, assim como o Lucas que mantinha sua mãos coladas a minha e a doutora me avisava que ela já estava ali. Impulsionei meu quadril e parece que toda a dor desapareceu num passe de mágica. Ela estava ali: Com pele, com forma, com sangue, com um coração que batia e com um choro tão agudo que eu não conseguia controlar as minhas lágrimas. Meu rosto era invadido por todas as sensações possíveis e o meu coração batia de uma forma que não poderia nem ser medido. Os sorrisos tomaram conta daquela sala quando a doutora a levantou, ainda colada a mim pelo cordão umbilical e ao observar o Lucas, percebia que ele chorava quase tanto quanto a nossa filha. Olívia era incrivelmente linda, toda bem desenha e com os traços um pouco escondidos pelo aquele inchaço de qualquer recém nascido. Mas eu não podia considerá-la assim: Ela era minha filha e eu ainda a achava a coisa mais linda desse mundo! A doutora trouxe ela para os meus braços e o Lucas abraçou os meus ombros, chorando sobre eles e com os olhos atentos a ela. Eu estava transbordando amor!

Helô: Conseguimos, filha, conseguimos! - respirei aliviada, tendo ela bem colada ao meu peito e o Lucas acarinhava a minha pele, ainda sem saber o que fazer sendo invadido por toda aquela dose quase descomunal de sentimentos.

A doutora chamou minha mãe para se aproximar de nós e ela ainda conseguiu vê nós duas ligadas pelo cordão umbilical que pulsava. Três gerações na minha frente expressando que o amor é um sentimento que nunca vai acabar no mundo enquanto existir família e mulheres procriadoras. Eu amava a minha mãe e a minha filha de uma maneira que eu jamais iria conseguir colocar pauta nesse mundo. Minha mãe beijou a minha testa, repetindo o gesto com o Lucas e a doutora só pediu para que ela se afastasse, quando percebeu que já poderíamos cortar o cordão umbilical. Ela perguntou se o Lucas gostaria de fazer isso e ele, muito dominado pela emoção, aceitou, secando apenas o rosto e controlando a tremedeira decorrente do nervoso. Agora estava decretado: Uma nova vida nascia de nós, uma nova história vinha a ser escrita!  

Helô: OFF

Lucas: ON

Eu já vivi muitas coisas boas na minha vida, graças a Deus. Realizei grandes sonhos, aproveitei e aproveito muito bem o que Ele me oferece e conheci alguém para dividir meus planos. Só que nesse meio, apareceu mais alguém: A nossa filha. Confesso que desde aquele momento, desde quando eu descobri a existência da Olívia, muita coisa mudou em mim. Um homem quando se torna pai deve ganhar, automaticamente, no mínimo mais cinco anos de vida... Ainda mais quando se é menina, porque olha! A vontade de cuidar, de proteger, de amar, de ter já é a maior do mundo. Mas nada... Nada nessa vida conseguirá superar ao momento que ela chegou para nós. Eu achei que tinha ficado nervoso quando eu casei, mas realmente eu não tinha noção de como ficaria nesse momento. Só Deus sabe o quanto eu me perdia em meus pensamentos imaginando como ela seria, com quem parecia, se ela vai ser louca que nem a mamãe pelo São Paulo ou vai ser convencida pelo vovô e pelo dindo a torcer pelo Cruzeiro, se vai ser mais tímida ou com a personalidade estridente como a da Helô... É, só Ele entende o que eu estou falando agora, porque foram os ouvidos dEle que me atenderam prontamente durante esses noves meses. MINHA FILHA CHEGOU! Essa era a vontade que eu tinha de gritar para o mundo inteiro. Depois de lutar bravamente, como bem corresponde ao que a Helô é, ela trouxe ao mundo aquilo que mais vai me dar sentido. Todas essas imaginações foram preenchidas por esse serzinho que está bem aqui na minha frente. Eu consigo vê-la, tocá-la e me ter completamente cheio de amor. Minha Olívia está conosco fisicamente e isso é uma coisa que eu nunca vou conseguir explicar, por todas as coisas que passaram na minha cabeça naquele momento. As dúvidas cederam a paz de que correu tudo bem, graças a Deus. O medo vai dando espaço a força e a coragem que eu tenho de ser o meu melhor para ela. Quando a Olívia chorou, nós choramos com ela. A abraçamos como um único ser que nós três éramos. Nós compúnhamos o início da nossa família. Assim que a doutora Roberta veio avisar que iria ter de levá-la para pesagem e tudo mais, nos informou que a Helô teria de ficar mais um pouco ali na sala, por algumas questões da placenta. A melhor coisa que eu tinha para fazer nesse momento era sair dali, com a Renata, para avisar a todos que nossa princesa havia chegado com saúde. Mas eu confesso que já era difícil me descolar das duas mulheres da minha vida! Depositei um beijo na testa da Helô, que ainda estava com o rosto vermelho e suado (preciso ressaltar mais uma vez o quanto eu estou orgulhoso dela?) e saímos da sala de parto, eu e a Renata. Ainda quando estávamos na porta, depois de nos livrarmos de toda aquela roupa, ela me puxou para um abraço, ainda muito emocionada e eu tentei conter um choro que saiu feito água durante todo aquele momento de recepção a Olívia.

Renata: Deu tudo certo, meu filho! Deus honrou nossa família... Ou melhor, a sua e da Helô que está prestes a começar agora - ela se soltou, sorrindo pra mim e ainda mantendo suas mãos unidas as minhas.

Lucas: Amém! Cê pode ter certeza que eu vou cuidar muito bem delas duas!

Renata: E eu tenho - ela deu mais um beijo em meu rosto - Vamos lá contar pra todo mundo, né?

Lucas: Vamos, vamos - a gente saiu, enfim, ali do corredor, antes apenas falando com a fotógrafa que também passou por nós, informando que iria para o quarto esperar a Olívia chegar lá para bater mais algumas fotos e avisar que as do parto ficaram sensacionais! Agradecemos tudo e fomos até onde estavam nossas famílias esperando. 

Leandro: E aí? - falou sendo o primeiro a nos ver, se levantando e fazendo com que todas as outras pessoas que estavam lá, inclusive a Isabella que já tinha chegado.

Sérgio: Nasceu?

Lucas: Graças a Deus! - soltei um ar pesado dos meus pulmões que, na verdade, exprimiam uma felicidade sem igual. 

Renata: Olívia está com a gente mais do que nunca! - ela disse sorrindo, causando essa reação em todo mundo e vi minha mãe abaixar um pouco da cabeça, juntando as mãos e provavelmente agradecendo a Deus por ter honrado cada pedido nosso pra que tudo desse certo.

Sérgio: E agora, onde elas estão?

Lucas: A Helô teve que ficar mais um pouco na sala de parto, porque ainda tinha alguma coisa lá de placenta pra vê e a Olívia foi levada para pesagem, todas essas coisinhas.

Renata: Mas daqui a pouquinho estão as duas no quarto e a gente pode visitar.

Isabella: Ai que coisa linda! - ela se aproximou já toda emocionada e veio me abraçar - Parabéns, papai! 

Lucas: Obrigado! - agradeci sem conter o sorriso e ao mesmo tempo que todo mundo acabava se abraçando entre si, vinham até a mim felicitar. Agora eu nascia e renascia com a paternidade de um fato. As portas de uma nova vida estavam se abrindo para mim.

Paulim: Tem que fazer o registro né, Lucas?! - disse enquanto eu me sentava lá no sofázinho

Lucas: É verdade... Quando eu dei entrada lá nos documentos disseram que aqui mesmo fazia, tinha gente do cartório aqui. Mas antes eu preciso beber uma água, dá uma relaxada no meu corpo. Tô adrenalina pura! - ri e eles acabaram me acompanhando

Sérgio: Vou pegar - disse indo até o bebedouro que era muito próximo de onde a gente estava sentado - Mas não vai se acostumando, porque agora é você que tem que ser muito gentil comigo cuidando das minhas meninas - disse fazendo todo mundo rir e logo voltando com um copo descartável, cheio d'água, para mim.

Lucas: Falei isso com a Rê já, cuidarei e com o maior amor do mundo.

Paulim: Agora que cê vai conhecer o que é isso, filho - falou apoiando a mão no meu ombro 

Leandro: Nossa, eu tô muito ansioso pra conhecer a Olívia - falou esfregando a mão uma na outra.

Renata: Ela é muito linda... Enorme!

Leandro: Eu disse que seria! - rimos

Lucas: Tô muito encantado, não quero desgrudar dela um minuto.

Karina: Meu Deus! Preciso conhecer essa minha netinha logo! - disse com um sorriso lindo no rosto. Já disse que eu to bem com toda essa beleza das mulheres que eu mais amo na vida, né?!

Ficamos conversando um pouquinho, enquanto eu tentava acalmar meu coração e assimilar toda aquela a maravilha que eu estava vivendo, mas não podia demorar muito. Meu pai logo relembrou da certidão e eu fui com ele mais o Serjão procurar a plantonista do cartório que tinha lá no hospital mesmo para poder registrar a Olívia. Entregamos todos os documentos necessários e graças a Deus, não demorou quase nada  para ficar pronto e ela já tinha o seu nome como cidadão nesse mundo: Olívia Apollônio de Oliveira. Toda aquela atmosfera me encantava e eu confesso que fiquei apaixonado até com aquela certidão. Fui a admirando até voltarmos a recepção e minha mãe havia comprado um suco que eu não tive como recusar. Tomei e fiquei conversando com eles, aproveitando para mandar mensagem avisando a alguns amigos até vê a doutora Roberta se aproximar de nós.
Lucas: Oi doutora! Tá tudo certinho, né? - disse me levantando e indo até o encontro dela.
Dra. Roberta: Sim, podem ficar bem tranquilos! Tanto a mamãe quanto a bebê já estão no quarto e foi exatamente isso que eu vim avisá-los... Ainda está aberto a visitação, entretanto, como a Heloíza acabou pegando no sono em função do cansaço, eu acho que seria válido esperar um pouquinho mais, até ela acordar, porque ela se esforçou muito durante o parto e precisa desse momento - ela pausou - Se você quiser entrar ou outro alguém, peço apenas que se mantenha o silêncio para que o silêncio de ambas possa ser zelado. 
Lucas: Eu acho que eu vou... O que cês acham? - me virei dessa vez para o pessoal da nossa família.
Karina: Eu tô querendo muito conhecer a Olívia, mas a gente entende esse momento de descanso merecido e necessário para a Helô. Vá lá, meu filho, e quando ela acordar cê vem aqui nos chamar.
Lucas: Todo mundo concorda? - como eu esperava, eles assentiram e ainda incentivaram que fosse feito dessa maneira, então, acompanhei a doutora até o quarto. Ela reforçou para quais lugares eu deveria ir e a quem recorrer, caso precisasse de alguma ajuda, e eu só soube agradecer. Para completar, quando entrei lá estava a fotógrafa, guardando algumas coisas dela, pois provavelmente esteve ali para tirar fotos da Olívia já no quarto. A cumprimentei com um singelo aceno e fui direto até onde a Olívia estava deitada. A encostei, abaixando um pouco do meu rosto e senti a maior felicidade do mundo: Minha filha estava materializada em minha frente. Aquele sonzinho do coração batendo tão próximo ao meu ouvido me dava certeza que a vida que me dava vida estava ali, comigo e nada nem ninguém a tiraria mais de perto de mim. O sorriso era incontrolável e a emoção também... Ela era muito mais linda do que eu havia sonhado! Quando me afastei, apesar da dificuldade, mas entendendo o sono que ela tirava, a fotógrafa, antes de se despedir, me mostrou a foto que tinha tirado nossa ali. Resolvi bater uma do meu celular e ela fez isso com muito profissionalismo, depois me avisando que iria deixar-nos a vontade, parabenizando pela filha e pedindo que nós a procurasse quando a Helô tivesse alta, para resolver quando pegaríamos tal resultado. Assenti com tudo e assim que ela deixou o quarto apenas para a minha família, eu me sentei no sofázinho ali e era a primeira vez que o silêncio não me incomodava. Eu alternava os meus olhares ás duas mulheres que eu queria comigo para sempre, mesmo sabendo que uma delas não acreditava nisso e a outra nem tinha noção do tamanho que isso parecia. Observei a Helô, com o rosto bem cansado, mas ainda sim linda sobre aquela cama. Ela foi responsável por colocar no mundo aquele presente que eu mais pedi a Deus. Ela foi de uma bravura tão grande que hoje eu entendi, realmente, porque são as mulheres quem dão o nascimento ás crianças. Graças a Helô, que havia lutado por mim e pela Olívia, hoje estávamos com ela aqui. Entre nós e pronta para receber todo o amor que estávamos nos preparando para dar. Peguei meu celular e como já tinha mandado mensagens para algumas pessoas, a loucura começara pelas respostas. Decidi pegar o celular da Helô também, que o Leandro tinha me entregue, para poder mandar mensagem para outras pessoas que eu não tinha o número, mas que gostariam de saber da chegada da Olívia. E para completar, faltava ainda um grupo de pessoas a ter conhecimento dessa notícia maravilhosa: Os meus seguidores nas redes sociais, os meus fãs. Então, decidi pegar a foto que tinha tirado lá no quarto, aproveitando também para não muita exposição ao rostinho da Olívia que tinha acabado de nascer, para colocar tudo o que eu queria. Embora a foto já falasse por si só, eu estava inspirado e sentia que deveria colocar pra fora tudo o que sentia naquele momento. E aquela era a hora!
@lucaslucco Você ainda nem estava "nesse mundo" e já havia me proporcionado as horas mais tensas da minha vida. Eu deveria saber agir, eu queria entender aquele momento, mas no final das contas, eu percebi que eu só precisava sentir. 

No segundo que você se separou do mundo que existia dentro da sua mãe, todos os relógios pararam. De um lado, um medo me invadia em função do risco inevitável. Do outro, a chance de que tudo aquilo daria certo, mas ainda sim eu tinha medo do desconhecido que estava por vir com a sua chegada. Só que enquanto o meu corpo se bipolarizava com dois medos completamente opostos, sua mãe se encontrava nesse meio. E ela quis que fosse assim. Apenas ela naquela sala poderia fazer o que fez. E fez. Por você e por mim. Por todos aqueles que te aguardavam. 
Nasceu você, Olívia! Sua mãe nos deu você e você nos deu a paz! Só posso agradecer a Deus por viver o momento mais louco e ainda sim o mais lindo de toda a minha vida. Bem vinda, filha!

❤️ 254506 curtiram

porvocehelo MEU DEUS A OLÍVIA NASCEU 

torcidahelucas ME SOCORRAM, EU NÃO TÔ ACREDITANDO NISSO

meumundoLL Que orgulho de você, que orgulho! 

becauselucco AI GENTE QUE FELICIDADE!!!

allucco PORQUE VOCÊ FAZ ISSO COMIGO? QUE FOTO, QUE TEXTO, QUE MOMENTO!

ingridteixeira Foto perfeita! Você merece o melhor, meu amor, parabéns!

sorriaheloiza Tem fórmula pra parar de chorar? Olívia chegouuuuu!!!!

renatazuzan Seus textos são sempre incríveis, eu tô passando mal

luanamerengue NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO, CARALHOOOOOOOO

vitoriadolucco Que momento!!!! Lindos, Deus abençoe sempre!!

titaniumzoca PAPAI MAIS BABÃO DO ANO!!!! BEM VINDA OLÍVIA!!!

princelucco Eu não gosto da Helô, mas assim como você, reconheço a força que uma mulher tem de colocar um filho para fora. E nesse caso, ela conseguiu ganhar um espaço, porque colocou a sua filha, a sua razão de viver. Amei o texto, mas nada se compara a como eu amo você.

couplehelucas EU TÔ CHORANDO AQUI, AAAAAI, PARABÉNS LUCAS!!

amorsemfimLL Você é perfeito!!! Deus abençoe nossa Olívia

anadossantos Que lindo você reconhecendo a sua mulher... Deus prospere essa família sempre!

Fiquei ainda lendo mais um pouco dos comentários, assistindo mensagens positivas de amigos, conhecidos e daqueles que eu também tanto amava. Era muito bom me sentir mimado daquele jeito e ter satisfação em compartilhar com todos aquele momento tão incrível! Só consegui tirar minha atenção dali quando ouvi um barulhinho bem fraco vindo da Olívia e me levantei rapidamente para vê o que era. Saía quase como um choramingar, mas ela ainda não estava de olhos abertos. Fiquei com um pouco de medo dela começar a chorar forte e acabar acordando a Helô, então fui até o banheiro lavar minhas mãos rapidinho e voltei para pegá-la em meu colo. Não tinha sensação como essa! Aquela pele tão quentinha, aquele corpo tão pequeno, aquele ser tão dependente e tão próximo de mim. A única explicação só podia ser de Deus! Me sentei no sofázinho de novo e me foquei naquele rostinho dela pensando em quantas vezes eu quis viver aquele momento e agora ele era a minha realidade. Minha menininha que eu não conseguia identificar ainda com qual de nós dois parecia mais, porém o narizinho era igual ao meu sim. Que estranho e ao mesmo tempo que lindo pensar que ela carrega uma coisa tão parecida comigo! É minha. Minha. Minha. A emoção era enorme, parecia que ela não ia embora nunca. Só de olhar para ela, minha cabeça já começa a se questionar como eu consegui viver tanto tempo sem a Olívia.

Lucas: OFF

Helô: ON

Acordei com a sensação de nem me lembrar em que hora eu consegui pegar no sono, mas com uma coisa tão gostosa de saber que assim que abrisse meus olhos já iria encontrar a minha filha no mundo que eu nem quis mais hesitar em fazer esse gesto. Entretanto, sem fazer sequer algum barulho, consegui olhar uma cena muito mais linda do que eu esperava: O Lucas estava com ela, sentado no sofázinho que tinha lá no quarto, com os olhos completamente focado nela e com uma felicidade que conseguia chegar ali em mim. Fiquei tão encantada e fixa naquela cena que ele acabou olhando rápido para a cama e percebendo que eu tinha acordado.

Lucas: Mamãe acordou - falou com maior sorrisão aberto e não conseguindo desmanchar o meu.

Helô: Traz ela aqui, Lu.. - minha voz ainda soava rouca e um pouco baixa, mas ele entendia o que eu queria dizer e veio com ela até mim. Ela era enorme! Completamente linda. Eu nunca vi um anjo na minha frente, mas com certeza, ele devia ter feições como aquela - Ela é tão linda, né?!

Lucas: Eu tô... apaixonado! - ele disse, devagar, encostado na cama quase que sentado, para que eu pudesse vê-la melhor - Cê tá se sentindo bem?

Helô: Tô ótima! Nem acredito que eu coloquei uma criança pra fora e tô assim - falei rindo e ele me acompanhou

Lucas: Eu tô tão orgulhoso do cê, nem tem como eu te falar o quanto! - sorri vendo aquela carinha linda que ele fez - Cê quer pegar ela?

Helô: Querer é tudo que eu mais quero, mas ela tá tão quietinha dormindo aí com você... Acho melhor, se papai já tiver com os braços doendo - ele soltou um risinho - Colocar ela ali - falei fazendo a tipo um bercinho que tinha no quarto, onde os bebês são trazidos e costumam ficar.

Lucas: Acho que eu vou fazer isso pra poder chamar o pessoal pra entrar... ele se desencostou lá de onde eu estava deitada

Helô: Só arrasta pra cá, pra ficar do meu lado - ele assentiu e fez o que eu pedi, com todo cuidado e depois ainda colocou ela lá, mesmo que desajeitado para ficar com ela no colo, de uma maneira tão direitinha que ela nem acordou - Vem cá, quantos filhos você tem escondido de mim? - ele riu e se aproximou de mim, novamente.

Lucas: Isso aí é coisa que a gente conversa depois - ri e ele deu um beijo na minha testa, depois colando nossos lábios rapidinhos - Vou lá vê como eles vão fazer pra entrar, a quantidade e tal, tá bom?

Helô: Ninguém veio aqui ainda? Quem tá aí?

Lucas: Não... Como cê tava dormindo, até a doutora aconselhou que te esperassem acordar, pelo seu cansaço e tal - ele pausou - E até a hora que eu entrei nossos pais, o Leandro e a Isa mesmo. Mas a essa hora, o mundo inteiro já sabe.. Postei uma foto - ri

Helô: Mandou mensagem para algumas pessoas também, né?!

Lucas: Sim! Inclusive do seu celular, ele tá aqui ó - falou indo até um móvelzinho que tinha lá para pegar o aparelho e logo se virou para me entregar - Deve estar cheio de coisa, mas né... Depois cê tenta se atualizar

Helô: Uhum, pode deixar, obrigada, bonitão! - sorri - Agora vai lá chamar o povo que eu quero vê todo mundo!

Lucas: Mas todo mundo quer vê a Olivia, viu?

Helô: Vou aprender a controlar meus xingamentos a você pela minha filha - revirei os olhos e ele gargalhou, saindo lá do quarto nesse mesmo jeitinho. Eu até queria vê e imaginar toda essa loucura que deveriam estar minhas redes sociais, minhas mensagens, meu celular por inteiro, mas eu não tinha coragem. Ela me faltava só de pensar que perderia alguns minutos que poderia estar olhando para a Olívia. Ela chamava toda e qualquer minha atenção. Ainda era, incrivelmente, difícil acreditar que ela já estava ali. Existia mesmo, com todos os traços e a junção mais perfeita minha e do Lucas. Deixei o meu rosto bem de lado e não tirava os meus olhos dela. Fiquei observando atentamente o seu sono, a forma com que os seus músculos faciais estavam relaxados e o subir e descer da sua pequena barriguinha ocasionado pela sua respiração. Aliás, não tinha sequer outro barulho naquele quarto além disso. E ainda sim, conseguia compôr a cena mais linda da minha vida inteira! Somente quando ouvi algumas vozes adentrando o quarto, eu percebi que a interrupção do silêncio se dava pela chegada das primeiras visitas da Olívia. Só soube sorrir ao vê quem era: A Karina, o Paulinho e o meu pai, acompanhados do Lucas.

Karina: Ai meu Deus, só de entrar aqui já me dá vontade de chorar! - ela disse com os olhos pequenininhos e o Paulim passou o braço sobre os ombros dela.

Lucas: Olha ela aqui... - veio todo orgulhoso mostrar a filha que estava deitada bem ao lado da minha cama, como ele havia deixado assim que saiu. O Lucas deixou que os três se aproximassem e o brilho dos olhos deles quase me cegavam. A Karina não conteve as lágrimas e aquilo foi incrivelmente emocionante!Paulim: Ela é muito linda!

Sérgio: Muito mesmo... Tão boneca! - parou na lateral da caminha e se esticou para chegar até a mim, inclinando um pouco do rosto e me dando um beijo na testa - Parabéns, Helô! Nossa princesa é linda!

Paulim: É verdade! O parabéns pela filha é pro cês dois, mas nesse momento, o orgulho está mesmo de tudo que cê passou para trazer ela pra gente.

Helô: Acho que nem eu tô acreditando... - sorri - Mas obrigada, gente! Estamos muito felizes.

Sérgio: Eu nem me lembro quando fiquei com tanto medo na vida - ri da cara que ele fez - Mas graças a Deus deu tudo certo!

Karina: Graças a Deus! - ela reforçou, enquanto fazia um sinal da cruz na testa da Olívia e levantava o rosto, passando a mão no mesmo - Minha netinha é um anjo! Não dá vontade de sair daqui.

Helô: Então fiquem mais um pouco... Daqui a pouco o pessoal entra!

Lucas: É verdade! Falta só a Rê, o Zoca e a Isa.

Concordando com aquilo, a gente ficou conversando muito sobre o momento do parto e sobre a beleza da Olívia até a hora que eles acharam que já deviam sair para poder deixar com que os outros entrassem. Todos os três deram um beijo na Olívia, depois em mim, garantindo que ficariam lá fora, e logo que abriram a porta para sair, não demorou nada que chegasse a minha mãe, acompanhada da Isabella e do Leandro.

Leandro: Ai gente, eu tô até com uns negócios na barriga - ele falou ainda se aproximando de onde a Olívia estava, já nos levando ao riso.

Lucas: Fica tranquilo, mano, tem banheiro aqui - rimos e eu fiquei olhando a reação deles ao observar a Olívia tão de perto.

Renata: Ela prende a nossa atenção, né? - disse passando a mão nas perninhas dela, que estavam coberta - Tão linda essa minha neta!

Leandro: Fala toda orgulhosa - sorrimos - Mas ela é incrível! Se eu já estava com a cabeça tentando me acostumar que teria que ficar de olho nela o tempo inteiro, tô vendo que a partir de hoje, eu não poderei nem dormir mais.

Helô: Ah não, Lê, esse papo de ciúmes não! - fiz cara de tédio e eles riram

Isabella: Amiga, ela é maravilhosa! Que nostalgia! 

Helô: A diferença só tá que invertemos os papéis - rimos - Falando nisso, o Nick e o Fred não vieram por que?

Isabella: O Fred acabou ficando com ele, não sabíamos direito a hora que ela ia nascer e sabe como ele é, né? - ri com o nariz - Mas já avisei do nascimento dela e acho que eles ainda vem vê-la.

Lucas: O Nick vai pirar!

Helô: Imagina eu - sorri só de imaginar aquela cena.

Era realmente impossível de desgrudar da Olívia e o papo girava todo em torno de onde ela estava, para que não perdêssemos um segundo dos movimentos dela. Era exatamente como todo mundo que passava ali e falava: Ela prendia nossa atenção. Ficamos conversando ainda nós quatro até a Olívia dá uma reclamadinha lá dentro de sua caminha e cessar o assunto entre nós, chamando a atenção totalmente para ela.

Helô: Lucas... Traz ela aqui pra mim! - pedi e ele não hesitou em nenhum momento a se levantar lá daquele sofázinho para pegar ela em seu colo, mas logo passar para mim. Explosão de amor! Sentir o toque da pele dele e a dela tão colada a minha era a sensação mais difícil de narrar - Obrigada, bonitão! - sorri pra ele e virei meu rosto pra Olívia - Que que tá acontecendo hein? Tá reclamando de quê? Não pode ser reclamona igual seu pai não... - eles riram

Lucas: Vai começar... - ri pra ele, mandando um beijo

Renata: Ai, deixa eu tirar uma foto disso! Vocês duas estão tão lindas juntinhas assim... - ela disse se levantando e com o celular em mão. Olhei para ela, que bateu a foto e logo veio me mostrar o resultado.

Helô: Meu Deus, minha filha tão linda e eu com quinhentos quilos de olheiras - ela riu do meu exagero - Mãe, pega o meu celular pra eu bater uma foto dessa mãozinha gorda colada aqui em mim que é melhor do que postar essa minha cara - ela fez o que eu pedi e até mesmo tirou a foto da maneira com que eu havia falado, me entregando já para eu postar no instagram. Queria muito colocar algo sobre a minha filha lá! Na verdade, acredito que só teria Olívia a partir de agora estampando minhas redes sociais, mas a primeira é a primeira e merece ser bem especial. 

@heloapollonio O início da minha nova história... Sem palavras, só AMOR! 

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thaisaraujo Parabéns, Helô! Pela filhota e por toda sua força! Deus abençoe vocês!

lindezadolucco Bem vinda, princesa!!

brunaferreira Só quem é mãe pra entender, palavra nenhuma chega aos pés. Parabéns!!

reasonleandro Que mão gordinha... Ai, Olívia, como a gente já te ama!

couplehelucas AI MEU DEUS!!! Parabéns, meu amor!

dreamlucas Helô!!!!!! Parabéns pra você e pro Lucas!

porvocehelo Impossível não chorar de orgulho, eu tô transbordando amor!!

torcidahelucas Tô sem estrutura gente, não tô sabendo viver esse dia de tanta felicidade

momodolucco Que o Senhor abençoe grandemente vocês... Parabéns, mamãe!!

finnlucco Que a Olívia traga muitas felicidades pra você e pro Lucas! Momento mágico!

sorriaheloiza COISA MAIS LINDA!!! SEM PALAVRAS MESMO!!

welovelucco Deus, ilumine nossa Olívia e dê saúde a ela todos os dias, AMÉM!

forlucco Helô, tenha piedade do meu emocional, já bastou o momento e o Lucas rs

ferrodrigues Você acaba de conhecer o maior amor... Parabéns pela filhota!

isabellacustodio AMO DEMAAAAAIS!!!

Não consegui nem ficar olhando muito os comentários, porque meu celular estava, realmente, enlouquecido! E outro barulho chamava a minha atenção... Lucas já estava voltando com enfermeira e eu amamentaria, pela primeira vez, a Olívia. 

Oi meninas!! Vocês arrasaram TANTO nos comentários que cá está uma postagem bem rapidinho: Olívia chegou!!! Espero que gostem e continuem nesse ritmo que rapidinho sai a próxima postagem. Muito amorzinho e muita coisa vindo por aí! Tá acabando, mas ainda não acabou ahaha beijoss!!!